segunda-feira, 26 de março de 2012

The Man From Nowhere 2010


Por Pacha
Não sei precisar quando, mas o fato é que o cinema da Coréia do Sul vem tomando de assalto telas do ocidente com competentes filmes de ação, drama ou misto dos dois. E Um homem de Lugar nenhum é belo exemplo de filme de ação. Está certo que há certa formula nos filmes coreanos, personagens vagando pra chegar a lugar desconhecido com único intuito de se perder, e ai temos manjado, vim para vingar, minha mãe, meu pai, a morte de minha esposa, etc. Sempre há uma vingança para mover os conflitos dos personagens. Mas o que conta é o resultado, independente de formulas. E o resultado é sempre bom, pois na maioria das vezes o final é imprevisível, com desenrolar caótico e muito, muito sangue.

Não é a toa que Tarantino filmou Kill Bill, produziu Herói. E a despeito do que críticos gostam de dizer, Tarantino fez homenagem ao cinema de artes marciais. Em minha percepção há mais que isso, há visionarismo, aliás, foi ele, Tarantino, que chamou atenção para Old Boy no festival de Cannes.

Em Um Homem de Lugar nenhum CHA Tae-shik (Bin Won) é misterioso dono de loja de penhores, que tem como amiga, a pequena e abandonada So-Mi Jeong (Sae-ron Kim), cuja mãe Hyo-Jeong (Hyo-seo Kim) além de prostituta, drogada também trafica. Hyo-Jeong é o gatilho para eventos que leva CHA Tae-Shik a matança desenfreada. Na trama há disputa de poder entre dois guangsteres locias. Usada como vapor para tirar concorrente da jogada, em interceptação de heroina, Hyo-Jeong cresce olho, e crê que pode ganhar mais do que o que lhe foi prometido.

Não há pudor em escancarar certas dicotomias, violência, materialismo exacerbado, pobreza em contraste com avançada tecnologia. A violência seja física ou social está sempre presente nos filmes coreanos, nem mesmo as crianças são poupadas. Mortas ou vendidas no mercado como “formigas” na imensa colônia que é o trafico, para em seguida terem órgãos vendidos para abastados e idosos orientais. Elas sofrem como adultos.

Não espere romantismo nos filmes coreanos. A visão dos coreanos para esse sentimento é efêmero. Mas o que sobra é sempre o ódio, e este nunca finda. O diretor Jeong-beom Lee que também assina roteiro soube empregar com competencia os ingriditentes para tornar trama, ainda que conhecida, com ótimo e atraente filme de ação. A cena de luta com punhais em grande salão é um primor, coreografico, fotografico. E como disse Sartre a arte é otimista, os sofrimentos justificam-se, porque servem para produzir beleza. Essa é percepção que tenho quando assisto certos filmes coreanos.

Direção: Jeong-beom Lee
Roteiro: Jeong-beom Lee
Produtores: Tae-hun Lee

Elenco:
Bin Won - Tae-Sik Cha
Sae-ron Kim - So-Mi Jeong
Hyo-seo Kim - Hyo-Jeong
Jo Seok-Hyeon - Moon Dal-Seo
Min-ho Hwang - Nam Sung-Sik

País de Origem: Coreia do Sul

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