terça-feira, 13 de abril de 2021

Nuevo Orden

 

Por Pachá

A América latina é mesmo um palco que atrai tiranos. A história do continente Sul Americano está marcado pelo descaso com que governantes inescrupulosos usam o povo como objeto de manobra para chegar ao poder e a partir deste, cometer todo tipo de massacre para se perpetuar no poder.

O primeiro ato do filme é tenso e com ritmo frenético. Em meio a uma série de protestos pela cidade do México, Marianne (Naian Gonzales Norvind) está se casando com Christian (Fenando Cuautle), ambos são da elite social mexicana. No decorrer da festa, o diretor estabelece as relações e tensões de poder entre a classe dominante e a trabalhadora, e nesse se configura o mote da narrativa de Michel Franco.

O clímax inicial, há pelo menos dois em minha percepção, vemos o que seria uma espécie de deleite para a classe trabalhadora e os povos indígenas, no qual um grupo de manifestantes invade a festa de Marianne é mata e roubam o que pode, o mesmo se dá pelas regiões adjacentes, saques e assassinato de ricos. Marianne escapa pois no momento da invasão não estava em casa, e sim tentando ajudar um empregado que foi pedir ajuda a sua família, e esta fez pouco ou quase nada para ajudar o trabalhador.


Marianne escapa do massacre em sua casa, mas é sequestrada por militares corruptos, que decidem pedir resgates pelos filhos e filhas dos ricos mexicanos. A partir dai o filme cai em uma monotonia, e certa previsibilidade, o drama da família de Marianne para encontrar a filha e o drama da família da governante de Marianne.

Michel Franco deixa claro que o problema de tomadas de poder e corrupção em seu país é estrutural, e o povo por mais que se revolte, acaba caindo nas mãos de falso salvadores e seus engodos em nome da liberdade.

A fotografia de Yves Cape que já trabalhou com Leos Carax em Holly Motors, é bem trabalhada, com ângulos e composições que conferem suspense, e bem marcada quando retrata o universo abastado dos ricos e a atmosfera sofrida dos trabalhadores.

Ainda que rendam boas cenas, principalmente o inicio que é poderoso, o filme é bem óbvio tanto no quesito violência quanto na trama que envolve militares, classe dominante e trabalhadores, sendo os militares o elemento para restabelecer o a ordem, como se dotados de um pode ex-machina...



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