Por Pachá
É incrível como um filme realizado em 1966 possa causar desconforto e até mesmo sensações macabras, mesmo nos dias de hoje. Essa foi a minha sensação ao assistir a esse filme. John Frankenheimer cria um clima de suspense formidável, uma espécie de ficção com elementos de Fausto de Goethe transposto para o séc. XXI que em conjunto com a fotografia de James Wong dão ao filme uma atmosfera ao mesmo tempo fantástica e lúgubre de pesadelo. O tema abordado por Frankenheimer era algo muito em voga na década de 60, o existencialismo, o questionamento da vida e, portanto muito atual, já que o mundo moderno foi tomado pelas corporações, em Seconds é uma corporação que não só exterioriza como materializa novas vidas, se você não está satisfeito com sua nós temos uma solução. E ao contrário de Cold Soul, por exemplo, onde há uma proposital banalização dessa insatisfação existencial a ponto de ser facilmente interpretada pelo mercado que não só tem uma solução como põe anuncio em grandes revistas e jornais. Em Seconds há essa misteriosa corporação, sem anúncios, sem divulgação onde só é possível conhecê-la através de clientes, ou seja, o verdadeiro comercial boca a boca. Do ponto de vista da estética cinematográfica Frankenheimer e Wong criam cenários cristalinos, brilhantes bem a estilo Bergman. Frankenheimer vinha de uma série de filmes bem aclamados pela critica e publico; Homem de Alcatraz, Sob o Domínio do Mal, os dois de 1962, Sete Dias em Maio e O Trem, ambos de 1964. que logo colocarei percepção no branco digital.
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