Por Pachá
O primeiro filme de Rian Johnson é um tanto forçoso em criar a correta verossimilhança com a proposta noir, não pelo roteiro e sim pela trama colegial. Com narrativa repleta de viravoltas como manda todo bom noir, brick desperta mistério, suspense, mas incomoda, a mim incomodou o fato de se passar em um colégio, fantasma, diga-se de passagem. O roteiro trata do trafico de drogas em escola e hegemonia na distribuição desse entretenimento, e aluno com pretensões a detetive durão, e nesse ponto reside exagero, adolescentes em papeis adultos que pouco convence.
Joseph Gordon-Levitt vive Brendan um sujeito introspectivo que prefere almoçar sozinho (provavelmente escutando Joy Division) ao convívio dos colegas. Ele é imbuído de senso de justiça e vocação a detetive, uma espécie de anjo da lei, lembra o seriado que lançou Johnny Depp? Pois é o filme tem um quê desse seriado. Só que Rian extrapola o universo teenager americano, o chefão The Pin (Lukas Haas) é estereotipado ao extremo, de capa preta e bengala (ele é coxo!) só faltou o chapéu para o calvinismo completo e tem como livro de cabeceira O Hobbits. A femme fatale Laura (Nora Zehetner) nem ao menos é loira como pede o genero noir, mas passa. O conselheiro do herói The Brain (Matt O'Leary), certamente é uma ponta cega do roteiro, a relação entre os amigos é um caso curioso, mas parece profissional que amizade. O trajeto do herói até sua redenção em descobrir porque sua ex-namorada foi assassinada é repleto de provações, primeiro a femme fatale que se atira em seus braços e o herói nem precisa de muito esforço, apenas uma carinha triste e um sorriso blasé, depois o lucrativo serviço de vapor para The Pin. Mas tudo faz parte do plano do herói para envolver os traficantes adolescentes em seus próprios pecados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário