Por Pachá
O estudante Saulo (Lucas Limeira) desencadeia uma ocupação na escola em que estuda após sofrer racismo em sala de aula. Influenciado pelo ativismo dos Panteras Negras Saulo passa a denunciar as péssimas condições da escola, e com isso coloca em alerta as forças de inescrupulosos gestores escolares e políticos igualmente corruptos.
Com uma direção segura e montagem atraente, o primeiro longa de Deo Cardoso capta com certa precisão o vigor juvenil de mudar o mundo, ou ao menos, a escola em que estuda, porque não. E assim se dá a jornada de Saulo que mesmo diante de uma realidade esmagadora e desfavorável, toma conscIência de seu lugar e poder de mudança local, e como tal influência os demais alunos que acreditam que a educação e a escola tem papel fundamental, na formação de uma sociedade melhor e justa.
As atuações são muito bem dosadas em suas cargas dramáticas e conflitos, ainda que contenha diálogos expositivos e didáticos, como por exemplo a cena da reunião de professores, em que os diálogos sofre de certa preguiça, mas não compromete a trama e os eventos.
Além de trazer a pauta do racismo, o filme também explora a força juvenil quando bem embasada em pleitos legítimos em prol do coletivo. E também a importância da leitura para fugir da alienação e tomada de consciência.
O cinema do Cearence mostra que está em grande fase, com produções de temas diversos mas sempre com poder questionador.
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