Por Pachá
Rian Johnson faz parte da nova geração de cineastas de ação de Hollywood. Seus filmes, que também são escritos por ele, não são dados a tramas simples e lineares, seus filmes tem estrutura e dinâmica entre personagens e roteiro que requer do espectador atenção, pois o diretor tem nos detalhes forte caracteristica, no sentido de que a câmera é efeita a movimentos voyeur. The Bloom Brothers seu filme anterior de 2008, também já contava com essas caracteristicas, trama estruturada, cenários sem exageros e com intensa verossimilhança. Em Looper há essa preocupação, dar veracidade a um sci-fi de viagem no tempo, detalhe, apenas é mostrada a tal máquina do tempo uma única vez, e não é para satisfazer curiosidade e sim porque era essencial para trama.
Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um hitman que tem no seu ganha pão limpar evidencias incriminatórias de organização mafiosas do futuro. Joe está no ano 2044 onde a viagem no tempo ainda não foi inventada, mas em 2074 será, porém por motivos de ética, será igualmente proibida, mas que não chega a ser um problema para a mafia. Nesse ponto o roteiro cobra do espectador atenção, quando nos primeiros minutos é despejado uma gama grande de informações para explicar como funciona o looper e como esse é "fechado" que por sinal é interessante. Quando a mafia por motivo qualquer precisa se livrar de um looper, o envia para o passado para ser assassinado pelo seu outro no passado. Dai esse looper sabe que lhe resta apenas 30 anos de vida. Foda hein! pois a incerteza da única certeza que temos em vida é desvirtuada.
A virada da trama ocorre quando Seth (Paul Dano) amigo de Joe não consegue fechar seu looper e deixa seu eu futuro escapar. Seth alerta Joe para um certo Rainmaker que está "aposentando" todos os loopers. Não tarda e chega a hora de Joe encerrar seu looper, mas na verdade a vinda do seu eu futuro ou old Joe (Bruce Williams) é proposital, na tentativa de mudar, de dar novo rumo ao seu futuro. E a partir desse ponto o filme se enche de referências. Old Joe tem pistas do rainmaker que em 2044 é apenas uma criança, logo stay here I will be back! exterminador do futuro salta aos olhos. Joe tentando concertar sua mancada e fechar seu looper e tirar a máfia de seu encalço, sai a procura de old Joe e acidentalmente vai parar em fazenda. Outra referência é notória, ao menos para mim, que viu nessa cena intensa relação com a testemunha, no papel de Kelly McGuills, Emily Bunt (Sara) porém sem peitinhos em cena de chuveiro. Sara tem um filho, Cid que dará outro rumo a trama, seu personagem tem relação com outro, Tetsuo em akira.
Por se tratar de sci-fi era de se esperar cenários de naves e cidades cibernéticas, mas ao invés disso Johnson idealiza um futuro cínico, pervertido e corrupto com uma sociedade absorta em vicitudes e anormalidades. A fotografia e cenários tem ar noir ou neo-noir, as indumentarias dos homens de rainmaker lembra El Topo de Jodorovski.
No quesito interpretação o elenco é mais que correto, e além dos citados tem Jeff Daniels como mafioso futurista atuando no passado. destaque para o ator mirim Pirece Gagnon que encarnou Tetsuo com grande competência. Looper é um grande e bom filme que vai bem tanto no telona quanto telinha. A dica agora e assitir ao seu filme de 2005, Brick.
Tem algo de William Gibson em looper, não acha?
ResponderExcluirOlá anonimo... estas a falar de neuromancer? se sim, é verdade e não me dei conta de que o universo cyberpunk de Gibson está muito presente no filme de Johnson. bem lembrado.
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