O diretor Robert Eggers inaugura uma "nova" fase dos filmes de terror, nada de corpos se retorcendo, cabeças fazendo manobras 360. A aposta foi no bom é velho terror psicológico, dando total espaço para o espectador trabalhar seus pavores.
Ambientado no séc. XVII, provavelmente, o filme não especifica uma data, mas dá pistas nos levando a concluir que trata-se do período de colonização da América inglesa onde a fé movia homens e famílias pelos confins da América do norte.
Com desencadeamento lento, a trama vai ganhando crescente terror ao passo que cria dúvida, induzindo o espectador de que há mais do que o que se vê. E essa parte que não se vê é justamente onde reside o horror, atração e a propriedade de manipulação do filme.
O elenco, está em perfeita harmonia. O patriarca William (Ralph Ineson) que teme a Deus e mais ainda a ira da mulher Katherine (Kate Dickie o rosto mais conhecido do filme, talvez) e seus rebentos, Thomasin (Anya Taylor-Joy), Samuel (Axtun Henry Dube) e os caçulas Jonas e Mercy. O destaque das atuações cabe para os dois adolescentes, Anya e Axtun.
As alternativas da produção, que é do brasileiro Rodrigo Texeira, mostra criatividade na utilização do baixo orçamento para criar a convincente atmosfera de desgraça que se abate da pobre família. A fotografia de Jarin Blaschke é competente, explorando bem as latitudes da luz ambiente e artificial. Me agradou muito as composições das cenas internas.
O filme obrigatório para fãs do gênero terror e também para quem adora um ótimo suspense.
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