Por Pachá
O crítico literário Frederic Jameson disse certa vez que é mais fácil imaginarmos o fim do mundo do que o fim do capitalismo, e a julgar pela quantidade de filmes que segue esse pensamento, Jameson está sendo certeiro até aqui.
O filme de Tim Fehlbaum é interessante pois fala sobre o planeta Terra e de uma sociedade, elite, interplanetária que conseguiu imigrar, se é que o termo pode ser usado para fronteiras planetárias, quando a Terra se tornou inviável para a vida. O que decorre é que o planeta em que essa elite conseguiu se fixar, Kepler, não está muito a favor de abrigar os terráqueos. Eles tentam voltar pra Terra, mas para isso é preciso saber se o ambiente está favorável a vida. Expedições são montadas para verificar a qualidade do ambiente.
A trama é sob o ponto de vista da astronauta Blake (Nora Arnezeder) que faz parte da segunda equipe enviada para verificar o planeta, a primeira não teve sucesso.
Sem contar com muitos aparatos dos sci-fi movies, Tides a Colônia está mais para um Mad Max na água, ou seja, um filme pós apocalíptico, sem aprofundamentos científicos ou mesmo filosófico, há breve diálogo do antagonista, Gibson (Iain Glen) embasado no conceito europeu de civilização. As atuações são convincentes e em conjunto com o suspense, garante boa imersão na atmosfera proposta pelo roteiro.
A fotografia é bem carregada em sombras com paleta monocromática e com boas composições, seja em cenas externas ou internas.
Um bom filme que não esconde os poucos recursos, mas compensa em criatividade.
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