Por Pachá
A retomada da franquia não decepcionou e ficou dentro das expectativas, trama xoxa, personagens caricatos e mais do mesmo. Bukowski disse certa vez que é melhor fazer algo idiota com estilo do que algo formidável sem estilo.
Com uma produção de 190 milhões de dólares e arrecadação mundial de 106 milhões, o fracasso de bilheteria poderia ao menos ser amenizado por uma trama mais bem elaborada, mais sombria, a exemplo do primeiro de 1999, que poderia colocar o filme na fila de filmes cult. O roteiro aposta na metalinguagem no grau máximo e merchandising dos produtos warner.
Na trama as máquinas acabam por incorporar os métodos humanos de alta produtividade, bem ao estilo, morde assopra, bate mas acaricia. 20 anos separam os eventos de Matrix 3 e ressureição. Neo volta para sua função de programador, mas agora como criador de games, e seu maior trabalho é Matrix. E ai o roteiro gasta muitas páginas dentro dessa metalinguagem fazendo referência ao primeiro filme.
As atuações estão no modo automático, nem mesmo o carismático Keanu Reeves consegue extrair muito do personagem, a química entre Trinity (Carrie-Anne Moss) e Neo não mais funciona e o motivo da ressureição trabalhado pelo roteiro é bem piegas. Uma atuação realmente chama atenção, o novo agente Smith, vivido por Jonathan Groff, consegue encarnar um bom exemplo de antagonista, ainda que o protagonista não o acompanhe.
Como filme de ação e entretenimento rápido sem muitas reflexões, Matrix 4 cumpre honrosamente sua função, ainda que as cenas de lutas agora pareçam cansativas. O desfecho é ainda mais piegas, lembrou um outro filme das Wachowski, O destino de Jupiter de 2015. O fato é que as meninas não fazem um filme bom desde 1999, e pensar que quando ainda estavam no corpo de meninos eles fizeram uma pérola, Bound 1996.
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