Uma misteriosa nuvem tóxica cor de rosa, que mata as pessoas em poucos segundos obriga a humanidade a se isolar. O filme de acordo com os produtores, foi escrito em 2017 e filmado em 2019, e ai qualquer coincidência com Covid-19 é mera semelhança.
A primeira referência que vem em mente, é Ensaio sob a Cegueira. A nuvem assim, como a cegueira, aparece repentinamente, e assim mesmo desaparece.
Geovana e Yago se conheceram na noite anterior ao fenômeno, e foram obrigados a se abrigar em um apartamento. A partir do ponto de vista dos recém conhecidos é que temos uma síntese dos efeitos do isolamento prolongado. A visão pequeno burguês dos dois personagens centrais não tem qualquer preocupação do funcionamento da própria sobrevivência, além é claro de se isolar e fazer reflexões pertinentes a um futuro emprenhado do passado. Essa narrativa abraçada pelo roteiro agrada a sociedade de consumo, pois o drama é mais profundo quando temos personagens que podem perder tudo. Uma visão do fenômeno da nuvem assassina pela ótica de quem nada teve e nada tem...
O filme foi selecionando para o festival de Sundance 2021 e tem sido bem recebido pela crítica nacional. A minha percepção é de um teatro filmado, com história intimista tentando contemplar o macro pelo micro.
A favor da narrativa tem o fato do roteiro ser pré pandemia, e agora que já experimentamos tais efeitos, é quase anacrônico interpretação de comprar a realidade com a ficção proposta pelo roteiro.
As atuações não fere nem cria maiores empatias, estão em comunhão com a visão de mundo dos personagens. A dupla Geovana e Yago criam um boa química e vivem todas as crises conjugais catalisada pelo convívio diário, ainda que imersa em manjados clichês.
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