Por Pachá
É certo que quando chegamos ao mundo, ou seja, nascemos, já encontramos esse mundo pronto, e a partir da observação desse mundo e de outros humanos é que nos tornamos igualmente humanos. É certo também que se adaptar a esse mundo está cada vez mais complexo. E partindo dessa premissa Ana Katz traça a trajetória de Sebastian (Daniel Katz), um jovem na casa dos 30 anos em sua busca por um lugar nesse mundo.
A fotografia em preto e branco confere a narrativa elementos surreais, amplificando o drama de Sebastian que de design gráfico, passa a caseiro de fazenda, agricultor, professor. A sua trajetória é uma espécie de síntese de sua geração, que vive as incertezas do condicionamento de um mercado de trabalho cada vez mais seletivo, e porque não cruel, quando emprega cada vez menos, com salários mais baixos em detrimento da maximização de lucros.
As atuações, mostram um elenco bem trabalhando, em situações quase naturalistas e bem entrosado na critica social a uma argentina em constante crise forçando as pessoas a adotar um espirito de readaptação constante. Isso fica bem marcado na cena em que uma estranha doença faz com que as pessoas não consigam ficar eretos, acima dos 1,20cm, a não ser com auxílio de um capacete especial, coloca em xeque os abismos sociais, uma vez que os mais ricos conseguem tem acesso a esse capacete, enquanto os mais pobres precisam andar agachados.
O cinema argentino sempre dando mostras de sua maturidade quando comparado aos demais países da América Latina, não que isso signifique superioridade, e sim por conseguir desenvolver narrativas e linguagem muito próxima ao cinema europeu, mas guardado a regionalidade pertinente ao seu lugar de fala.
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