Para aqueles que apenas conhecem o nome Henry Miller provavelmente o associe sempre a pornografia, mas Miller é muito mais que isso, é muito mais que o sujeito que escreveu o obsceno. Segundo Manara a diferença entre erotismo e pornografia é o poder aquisitivo de quem consome um ou outro.
Miller já sabia disso quando perambulava pelas Rue de Paris época em que sua maior preocupação era a próxima refeição e quando havia lugar para tal, escrevia. E desse dilema entre o instinto mais básico do ser humano, alimentação, e a vontade de exteriorizar tais experiências nasceu Trópico de Câncer, um livro cru, selvagem, mas belo onde mesmo sem razão para enxergar qualquer beleza nesse cataclisma de catástrofe que era a Europa na década 30 do séc. XX, Miller consegue manter uma afiada perspicácia, como na seguinte passagem "...Quando sai o sol, qualquer lugar de Paris pode parecer bonito; se há um bistrô com toldo baixado, algumas mesas na calçada e bebidas coloridas nos copos, então as pessoas parecem completamente humanas..." quanto a parte erótica, sim é forte, pungente em sua linguagem, mas a Europa ainda vivia em uma espécie de era vitoriana, onde o sexo era a experiência mais profunda e Miller abordou esse tema sem pudor, e portanto seu livro foi proibido em mais de 50 países, o fato é que o livro só se tornou viável devido a ajuda de sua amante, Anais Nin que não só o ajudou alimentando-o, como providenciando um lugar para ele escrever, claro que era uma troca mutua de experiências já que ela também passou a escrever o lado erótico das mulheres.
Lançado em 1934 Trópico de Câncer dependeu em muito da benevolência de amigos e conhecidos até Miller conhecer Anais Nin. Só a partir de 1931 é que ele consegue um emprego fixo no jornal Chicago Tribune, edição parisiense e com isso consegue se estabelecer e escrever com mais reflexão filosófica. Muitos dizem ser Trópico de Câncer uma obra que não alcança a genialidade da linguagem de Miller, o que percebo é o quanto é fácil julgar o passado com o olhar do presente. A edição que li, que não é a da foto, e sim da IBRASA publicado em 1963, pois até então só era permitido no Brasil as cópias em inglês, possui prefácio de Anais Nin. Os mais aprofundados na obra de Miller dizem ser A crucificação Encarnada sua obra prima, pelo menos foi a que deu a Miller o status de cult, clássico, as li e minha percepção foi um maior amadurecimento do escritor, o que é natural uma vez que ele já possuía melhores condições de trabalho.
Miller já sabia disso quando perambulava pelas Rue de Paris época em que sua maior preocupação era a próxima refeição e quando havia lugar para tal, escrevia. E desse dilema entre o instinto mais básico do ser humano, alimentação, e a vontade de exteriorizar tais experiências nasceu Trópico de Câncer, um livro cru, selvagem, mas belo onde mesmo sem razão para enxergar qualquer beleza nesse cataclisma de catástrofe que era a Europa na década 30 do séc. XX, Miller consegue manter uma afiada perspicácia, como na seguinte passagem "...Quando sai o sol, qualquer lugar de Paris pode parecer bonito; se há um bistrô com toldo baixado, algumas mesas na calçada e bebidas coloridas nos copos, então as pessoas parecem completamente humanas..." quanto a parte erótica, sim é forte, pungente em sua linguagem, mas a Europa ainda vivia em uma espécie de era vitoriana, onde o sexo era a experiência mais profunda e Miller abordou esse tema sem pudor, e portanto seu livro foi proibido em mais de 50 países, o fato é que o livro só se tornou viável devido a ajuda de sua amante, Anais Nin que não só o ajudou alimentando-o, como providenciando um lugar para ele escrever, claro que era uma troca mutua de experiências já que ela também passou a escrever o lado erótico das mulheres.
Lançado em 1934 Trópico de Câncer dependeu em muito da benevolência de amigos e conhecidos até Miller conhecer Anais Nin. Só a partir de 1931 é que ele consegue um emprego fixo no jornal Chicago Tribune, edição parisiense e com isso consegue se estabelecer e escrever com mais reflexão filosófica. Muitos dizem ser Trópico de Câncer uma obra que não alcança a genialidade da linguagem de Miller, o que percebo é o quanto é fácil julgar o passado com o olhar do presente. A edição que li, que não é a da foto, e sim da IBRASA publicado em 1963, pois até então só era permitido no Brasil as cópias em inglês, possui prefácio de Anais Nin. Os mais aprofundados na obra de Miller dizem ser A crucificação Encarnada sua obra prima, pelo menos foi a que deu a Miller o status de cult, clássico, as li e minha percepção foi um maior amadurecimento do escritor, o que é natural uma vez que ele já possuía melhores condições de trabalho.
As experiências mudam o homem, muda sua visão do mundo e daqueles que os cerca. Miller foi um dos sujeitos que viveu essas experiências da melhor maneira, sem nunca se queixar, e como ele mesmo disse, nenhum escritor é bom a não ser que tenha sofrido.
E viveu como ninguém a máxima de que quanto mais ampliamos o campo do conhecimento, mais aumentamos o horizonte da ignorância.
E viveu como ninguém a máxima de que quanto mais ampliamos o campo do conhecimento, mais aumentamos o horizonte da ignorância.
Biblioteca e o universo de Miller...
Crazy Cock, 1934
Opus Pistorum (novela pornográfica), 1936
Trópico de Câncer, 1934.
Primavera negra, 1936.
Trópico de Capricórnio, 1939.
Dias de paz em Clichy, 1939.
O Mundo do Sexo, 1940.
O Colosso de Marússia, 1941.
Sabedoria do Coração (ensaios), 1941.
Pesadelo Refrigerado, 1945.
O Sorriso ao pé da escada, 1948
Sexus [Crucificação Encarnada vol. 1 // Livro Primeiro da Rosa-Crucificação (Portugal)], 1949.
Os Livros da Minha Vida, 1952
Plexus [Crucificação Encarnada vol. 2 // Livro Segundo da Rosa-Crucificação (Portugal)], 1953.
Big-Sur e as laranjas de Hieronymus Bosch, 1957
Nexus [Crucificação Encarnada vol. 3 // Livro Terceiro da Rosa-Crucificação (Portugal)], 1960.
A Hora dos Assassinos (Um Estudo sobre Rimbaud).
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