quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Whirlpool 1949


Por Pachá
Este filme do diretor de origem judia, Otto Preminger, naturalizado nos estados Unidos aborda a cleptomania, e analisando com o olhar da época tal desvio de comportamento era um grande filão para o cinema. A atriz Gene Tirney vive a atormentada Ann Sutton, esposa do famoso psicanalista William Sutton (Richard Conte).

Após ser flagrada ao roubar um broche, deixando dessa maneira explicita, logo nas primeiras cenas, que Ann sofre de cleptomania. Otto explora com eximia competência esse desvio de comportamento, onde é caracterizado por roubos de objetos de pequenos valores. Ao ser interrogada pelos gerentes da loja Ann tenta evitar um escândalo que possa prejudicar seu marido. E é desse conflito que Otto extrai a máxima de sua história. Ann então recebe ajuda de um estranho, que o faz sem maiores intenções, mas na verdade esse estranho é um charlatão, picareta, que trabalha com hipnose e se diz vidente. Acreditando que esse a chantageará, Ann tenta dar uma quantia de dinheiro para que o estranho não divulgue o ocorrido. Mas ao invés disso o estranho charlatão recusa o dinheiro e diz que vai curá-la desse mal. Acreditando nisso Ann se submete a um tratamento de hipnose. E sem dar conta que é uma marionete nos plano do charlatão ela é envolvida em uma série de acontecimentos que a separa de seu amado Dr. William Sutton. É prazeroso ver como a narrativa cinematográfica dos anos 40 e 50 do séc. XX são fluidas e bem ancoradas.

A fotografia é brilhante, lúcida sem grandes planos, buscando o essencial para situar a história dentro do contexto do tema abordado. Otto que era considerado uma figura irascível, de difícil convivência fez grandes filmes deixando sua marca de perfeccionista nos mais diverso estilo, desde western a filmes de guerra onde tinha grande prazer em explorar os desvios de conduta e comportamental do ser humano. Dentre as suas obras é destacado; Laura de 1944 um clássico do cinema noir, e O rio das Almas Perdidas de 1954. Outro ponto é perceber que o cinema de suspense pouco mudou na maneira narrativa e por esse motivo passo a entender quando falam que o cinema nada apresenta de novo e que tudo já foi feito pelo menos a décadas atrás. Nostalgismo ou não é muito fácil identificar nesses filmes antigos várias cenas já vistas em filmes recentes.

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