Segundo longa de Flávio Frederico, o primeiro um documentário, Quilombo: De Campo Grande ao Martins. Mas Flávio já conta com prêmio cinematográfico com o curta Caparaó. Alias o sujeito tem no currículo uma pá de curtas, a maioria de cunho documental. Boca é seu primeiro trabalho no gênero ficção, baseado no livro autobiográfico de Hiroito De Moraes Joanides (1936-1992). O pai ao que tudo indica era grego. O Hiroito fica por conta da admiração do pai pelo imperador japonês.
Hiroito foi um cafetão e traficante de drogas em São Paulo, na chamada boca do lixo no centro velho de SP, Campos Elísios e adjacências entre os anos 50 e 60. Vivido por Daniel de Oliveira nas telas, Hiroito fugia ao estereótipo do bandido comum, pobre, analfabeto. Ele vinha de família classe média alta, tinha cara e físico de nerd, lia bastante, entre autores lidos havia Victor Hugo, Baudelaire, Jack London só para citar alguns. Há explicita menção a esse fato no filme de Flávio quando vemos Hiroito gastando tardes com os livros esperando cair da noite para voltar a sua função de rufião.
Tecnicamente o filme apresenta alguns inconvenientes, a começar pela seqüência de escalda de Hiroito ao domínio da boca do lixo. Em um momento vemos o pequeno Hiroito tendo seu primeiro contato com as meninas da boca, em cena magistral, quando a câmera desliza pelas janelas de persianas por onde se vê as meninas. Num momento seguinte vemos Hiroito assassinando um sujeito que bate em uma prostituta. E a partir dai a sensação é que o filme foi avançado em saltos no qual se perde algumas conexões que tornaria a trama mais fluida, ao menos essa foi minha percepção. Outro fato que me incomodou foi a câmera sempre "engolindo o ator", muito próxima em planos fechados, mas atribuo a esse fato a veia documental do diretor.
As atuações estão corretas dentro do recorte do roteiro, já que o mesmo foi extraído do livro autobiográfico de Hiroito que o escreveu quando estava preso. Daniel convincente como bandido mauricinho até por que ele fez papel parecido em 400 contra 1, filme sobre William da Silva Lima fundador do comando vermelho também baseado em livro autobiográfico. Tem Milhem Cortaz como amigo da onça de Hiroito já que o trai algumas vezes, em atuação que só confirma sua grande versatilidade para papeis do gênero. Hermila Guedes como prostituta ainda carece de horas de voo, mas que não compromete trama. E participação de Leandra Leal como matadora, que não convence nem a vó dela, não pela sua capacidade cênica e sim pelas extrapolações do roteiro. Quem diabos pede um dry martini num botequim de esquina de quinta categoria? Pouco verossímil.
A graça de Boca é que filmes de ação estão entrando de vez nos projetos áudio visual do cinema brasileiro e o que é melhor, a favela agora divide espaço no sentido lato da palavra com o asfalto.
Tecnicamente o filme apresenta alguns inconvenientes, a começar pela seqüência de escalda de Hiroito ao domínio da boca do lixo. Em um momento vemos o pequeno Hiroito tendo seu primeiro contato com as meninas da boca, em cena magistral, quando a câmera desliza pelas janelas de persianas por onde se vê as meninas. Num momento seguinte vemos Hiroito assassinando um sujeito que bate em uma prostituta. E a partir dai a sensação é que o filme foi avançado em saltos no qual se perde algumas conexões que tornaria a trama mais fluida, ao menos essa foi minha percepção. Outro fato que me incomodou foi a câmera sempre "engolindo o ator", muito próxima em planos fechados, mas atribuo a esse fato a veia documental do diretor.
As atuações estão corretas dentro do recorte do roteiro, já que o mesmo foi extraído do livro autobiográfico de Hiroito que o escreveu quando estava preso. Daniel convincente como bandido mauricinho até por que ele fez papel parecido em 400 contra 1, filme sobre William da Silva Lima fundador do comando vermelho também baseado em livro autobiográfico. Tem Milhem Cortaz como amigo da onça de Hiroito já que o trai algumas vezes, em atuação que só confirma sua grande versatilidade para papeis do gênero. Hermila Guedes como prostituta ainda carece de horas de voo, mas que não compromete trama. E participação de Leandra Leal como matadora, que não convence nem a vó dela, não pela sua capacidade cênica e sim pelas extrapolações do roteiro. Quem diabos pede um dry martini num botequim de esquina de quinta categoria? Pouco verossímil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário