segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Aquarius


Por Pachá
O segundo longa de Kleber Mendonça estreou acompanhado de várias polêmicas, primeiro pelo militarismo do elenco ao se posicionar contra o processo de afastamento da então presidente, Dilma. Depois pelos comentários e entrevistas do diretor alegando que o filme foi boicotado na campanha para representar o Brasil no Oscar de melhor filme estrangeiro. E depois pelo fato do filme expor os mandos e desmandos da elite brasileira.

Na minha percepção, houve e há uma supervalorização do filme, que não é lá uma Brastemp, no muito um bom filme, com boa atuação de Sônia Braga. 

O fio condutor do filme é preciso e bem estruturado, bem ao estilo de Som ao Redor  e ao contrário desse que cria uma expectativa e cumpre magnificamente bem essa expectativa, em Aquarius essa expectativa é ao estilo novela globesca, garapa, ou seja, água com açúcar. E o tal dialogo anti elite, nada que já não tenha sido expostos em filmes nacionais desde a década de 60. O próprio diretor traz isso em seu filme anterior, Som ao Redor.

A atuação de Sônia Braga é correta e só, nada que salte aos olhos, e está em comunhão com a trama proposta, uma titia avó que ainda vive do e de passado. E creio que a força do filme está  nesse embate entre presente e passado nas memórias afetivas da personagem.

O filme tem o esmero narrativo bem ao estilo do diretor, presente em seus trabalhos anteriores como vinil verde e som ao redor, apoiado em diálogos bem construídos bastante aderente as imagens, fruto de uma montagem cuidadosa, criando uma trama fluida dentro dos acontecimentos e conflitos da personagem principal.

Embora tenha um final que decepcione, Aquarius é um bom exemplo do maduro cinema nacional que esta projetando diretores e filmes no cenário internacional, basta ver que o play list da Cahier du Cinema traz Aquarius na quarta posição.

http://theplaylist.net/cahiers-du-cinemas-top-10-films-2016-20161129/









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