quarta-feira, 1 de abril de 2020

Color Out of Space 2019

Por Pachá

As cores muito bem trabalhadas no cinema de Stanley já é um atrativo aos roteiros sempre recheados de horror, epifania pelo desconhecido e inusitado desequilíbrio dos personagens, que claro, é sinônimo de Nicolas Cage. E Richard Stanley já tem minha admiração desde Mark 13 (Hardware: Destruidor do Futuro de 1990).

Baseado no conto de H.P Lovecraft, a história coloca uma família que trocou a cidade pelo isolamento do campo, mas esse bucólico estilo de vida é alterado quando estranho objeto celeste cai na propriedade da família Gardner.

Os acontecimentos desencadeados levam a família a estranho e perturbador processo de alucinação e loucura quando luzes vibrantes e alucinógenas tomam contam de suas rotinas, em anúncio de catástrofe iminente. 

A produção e direção de arte criam uma atmosfera linda e perturbadora, quando é notório que esse ser que chegou do céu, tem um tratamento específico para cada ser que entra em contato com ele. Jack (Julian Hilliard) tem na colorida luz um amiguinho que nunca teve. Para Lavínia (Madeleine Arthur), a adolescente com hormônios a flor da pele, a luz parece não decifra-la, mas ela acaba afetada pela loucura do restante da família. Benny (Brendan Meyer) tem em seu ceticismo as armadilhas para se literalmente engolido pelo hostil e desconhecido. E nesse personagem reside a máxima do terror cósmico de H.P Lovecraft, de que o universo é hostil para os propósitos do ser humano. Theresa (Joely Richardson) em interpretação impecável, encarna mãe e mulher que precisou abrir mão de quase tudo pela família, e isso é escancarado pela estranha luz, e seu final é doloroso e o mais perturbador do filme. Nathan Gardner (Nicolas Cage) está no terreno que ele mais domina, e com maestria, o desequilíbrio desproporcional e irrestrito, e sua atuação está bem ao estilo Mandy, outro filme que tem a produção de Stanley. No elenco conta também com Elliot Knight como o narrador da surreal história da família Gardner e o povo de Arkhan, cidade fictícia criada por H.P Lovecraft no conto de 1927.


O filme agrada aos fãs de terror e também aqueles que procuram uma trama sem as obviedades característica dos filmes do gênero, que muito embora seja explicita as referências dos anos 80, o filme é amparado no horror atmosférico, sem caras retorcidas e maniqueístas.



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