El Dependiente

Por Pachá

Considerado pela critica especializada argentina como um dos melhores diretores argentino, Leonardo Favio (1938-2012) também atacava de cantor, basta reparar nos créditos de El dependiente que além de escrever e dirigir também compunha a trilha sonora. Mas sua popularidade não conseguiu cruzar os pampas argentinos. No Brasil ele é praticamente desconhecido, tanto como diretor como cantor.

O que marca nesse filme de Fávio é a narrativa fantástica esbarrado o surrealismo, bem trabalhada com movimentos de câmera inusitados que confere uma fotografia poderosa em planos com corte feitos na própria câmera.

Fernandez (Walter Vidarte) foi adotado pelo comerciante Don Vila (Fernando Iglesias). A rotina de Fernandez se restringe aos afazeres na loja de ferragens na qual trabalha ao lado de Don Vila, o solitário proprietário, que pretende, na ocasião de sua morte deixar a loja para Fernandez. Esse fato não ocupa as preocupações de Fernandez até ele conhecer señorita Plasini. O relacionamento casto entre os dois é marcado por toques de surrealismo, ao estilo da escrita de Cortázar e Borges. Os encontros entre Fernandez e señorita Plasini aos olhares da señora Plasini é de uma estranheza quase onírica que nos faz questionar se tudo não passa de um sonho do carente Fernandez, órfão desde infância.

Nos planos do quintal da família Plasini é possível notar o esmero com que o diretor trabalha a composição das cenas, conferindo uma narrativa ora assustadora ora cômica do namoro de Fernandez e señorita Plasini.

Esse que é o terceiro longa de Leonardo Fávio é tido como trabalho mais singular de sua filmografia dado ao teor fantástico da narrativa remetendo aos contos de escritores argentinos citados acima. Mas na verdade o roteiro é escrito por Fávio e Jorge Zuhair Jury e com a fotografia de Aníbal Di salvo. El depiendente é um filme magistral que