Por Pachá
Agraciado com a Palma de Ouro em Cannes 2021 e o escolhido para representar a França no Oscar, Titane tem a mesma premissa do filme anterior, RAW, pauta feminina centrada em como a sociedade vê a mulher, ou seja, como um objeto, posto essa premissa, ao ser mulher é dado cometer atos que fariam a Terra estremecer.
Desde as primeiras cenas, quando Alexia (Agathe Rousselle) ainda é uma criança a diretora tenta passar a idéia de privação, de conflito pelo espaço em um mundo predominante masculino. Alexia cresce e com ela uma pulsão de morte diante do mundo testosterona, e por ironia, ela é arrastada para esse universo e precisa assumir uma metamorfose a contra gosto, assim como as convenções patriarcal impõe as mulheres o conflito diário. A cena de Vincent (Vincent Lindon) se injetando de anabolizante são emblemáticas nesse sentido, e por outro lado uma manutenção insustentável, quando é mostrado que mesmo os mais "brabos" não conseguem manter essa postura viril, e que as vezes isso é só uma fachada, e o roteiro expõe essa falha na manutenção dessa virilidade.
Agathe Russelle que é quase uma estreante, tem poucas falas, mas grande expressão facial e corporal. Ela traz no peito uma frase de Bukowski, "o amor é um cão dos infernos" e ao final, a mensagem é uma outra frese, de uma música, All you need is love. A percepção é que todos os personagem tem essa carência, de querer ser amado, e que no caso de Alexia toda tentativa de ser amada, mas do jeito dela, desencadeia atos rancorosos.
Titane é um filme forte, o terror contemporâneo, quando escancara os instintos mais animalescos nos lembrando, que o diferente nem sempre é estranho e portanto uma ameaça, mas para os sapiens reina máxima Freudiana, todo estranho é um inimigo.
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