Por Pachá
O filme de Barry Levinson tem na fotografia seu ponto alto, de fato o trabalho de Caleb Deschanel, seis vezes indicado ao Oscar de fotografia, é uma aula de cinematografia, o uso de sombras, bem ao estilo noir, composição com cores, uso de contra luz, tudo é pensando com muita maestria, e não a toa, ele foi indicado ao Oscar por esse trabalho.
O roteiro entrega uma trama bem low profile, mais muito atraente, Roy Hobbs (Robert Redford) é um atleta de baseball, que por uma desviada de caminho, acabou perdendo sua grande chance na primeira divisão, mas como bom self made man, 16 anos mais tarde ele retoma o sonho, pois não adianta pensar que pode fazer outra coisa, tudo que ele quer é jogar baseball.
A atuação de Redford é convincente, muito embora por essa época ele contava 49 anos, mas o roteiro usa um subterfúgio óbvio, porém convincente. Hobbs é tratado como vovô pela equipe dos Knights, quando ele aparece para jogar como defensor, creio que o cara que rebate, pois esse passou a ser o grande dom de Hobbs, que no inicio era arremessador, mas após 16 anos ele desenvolveu nova habilidade, rebatedor. No elenco também está Glen Close como, Iris Gaines o grande amor da juventude de Hobbs. Ela protagoniza um dos pontos mais belo da fotografia, quando surge em meio a multidão em uma partida com chapéu branco, o único banhado pelo sol de fim de tarde. Só de pensar em como isso foi rodado, já podemos ter a dimensão do trabalho da fotografia.
Toda a trama pode ser contado a partir da luz, vejamos, o raio que cai na árvore do quintal de Hobbs quando ele era criança, e do tronco faz com as próprias mãos seu taco, e nele desenha um raio, o mesmo raio que cai na estréia de Hobbs os flashes das máquinas fotográficas que anuncia a fama e mais tarde a decadência de Hobbs quando passa a sair com Memo (Kim Basinger), sempre vestida de preto, sempre posicionada na sombra, Iris, sempre de branco e iluminada. Sim, pode ser um maniqueísmo, mas nos anos 80 isso funcionava, e ainda funciona, quando explorado com propriedade sem abraçar clichês. E verdade que a filmografia de Barry Levinson tem mais baixos do que altos, mas é dele o Enigma da Pirâmide, Slleepers a vingança adormecida, Rain Man, Bom dia Vietnã todos filme beirando a "garapa" mais que marcaram a década de 80, e que só aconteceu devido ao sucesso de the Natural.
Um filme que vale muito a pena ver, seja pela história, seja pela aula de fotografia, ou mesmo para ver grandes atrizes, ainda começando, e brilharam a partir de The Natural.
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