Por Pachá
O trabalho de estréia de Agnieszka Smoczynska é recheado de vários elementos narrativos que, se não prejudica, ao menos deixa a trama um tanto sem direção. Há o drama dos elementos mitológicos, sereias, há abordagem pelo viés musical (sic!), há também o romance com nuances de conto de fadas, horror, comédia, tudo envolto no surreal e bizarro, quando duas sereias, decidem conviver com humanos em um night club.
Mas o que chama atenção é o visual, alias algo muito bem trabalhado nos filmes poloneses, ao menos os que assisti, a direção de arte e fotografia conseguem criar uma atmosfera de conto de fadas bem ao estilo nostalgia comunista, como uma sátira.
As interpretações não criam empatia alguma, creio que devido ao roteiro, pois tudo parece um tanto caótico, como se cada personagem estivesse em um dos elementos narrativos sem afetar ou ser afetado pelas interações. Os músicos do night club parecem viver apenas esse universo e mesmo a chegada das sereias ou mesmo a descoberta do que elas são, não parece afetar as suas rotinas.
Os protagonistas, as sereias, Srebrna (Marta Muzarek) e Zlota (Michalina Olszanska) são as mais entrosadas, e a disputa pelo o amor de Mietek (Jakub Gierszal), é a linha condutora da trama, mas ainda sim carece de maior profundidade. A veterana Kinga Preis que vive a Wokalistka me pareceu a mais segura no papel.
No âmbito geral o filme é bem legal, pois se segura no mistério do desfecho, que acaba salvando o filme, ao fugir do óbvio.
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