domingo, 11 de abril de 2021

O Cemitério das Almas Perdidas

Por Pachá

Desde Mangue Negro que venho dizendo que Rodrigo Aragão é o nome do cinema de terror no Brasil. Primeiro pela criatividade, segundo pela obstinada necessidade de produzir um gênero que no país, até pouco tempo, não animava grandes players, basta ver que até a globo filme aposta no cinema fantástico.

O cemitério das almas Pedidas agrada pela parte técnica, uma produção realmente com esmero, figurinos bem trabalhados, fotografia atraente e um história bem costurada, muito embora a montagem, na tentativa de criar uma narrativa não muito linear, com idas e voltas no tempo, me pareceu um tanto equivocada, mas que não prejudica a trama.

A cena inicial dá uma prévia do esmero técnico da produção, e me lembrou muito os filmes de Aléx Iglesia, principalmente na fotografia. Um padre está em transe psicografando o que parece ser uma mensagem do próprio sete peles, este aparece em vulto por trás do padre. E se Iglesia não mostra seu chifrudo em Dia de La Besta, e sim apenas a sombra das penas de bode, Aragão faz questão de mostra-lo do tronco para cima.


O livro maldito cai na mão de outro padre, este foge para América portuguesa/espanhola, e se instala dentro de um cemitério porém com uma maldição que os impedem de sair. Um outro ponto é como Aragão coloca em  suas narrativas, as lendas, folclores e história do Brasil, como lendas indígenas e o massacre do povo 

A premissa é básica, maniqueísta, e o atrativo é como Aragão encadeia os eventos, e como mencionei acima, a montagem optou por idas e vindas no tempo que em minha percepção quebrou a dinâmica dos acontecimentos, mas é compensado pelos ótimos cenários, elementos de cena, maquiagem e interpretações, estas sem um protagonismo majoritário. 

Cemitério das Lamas Perdidas certamente vai agradar aos fãs do gênero.


magnetlink - cemitério das Almas perdidas

2 comentários:

  1. Acabo de assitir o filme, gostei bastante.
    O visual, alguns dialogos e mesmo a trama me lembram historias das antigas revistas de terror como Kripta (da extinta RGE), embora no filme a trama seja bem mais densa.
    Tambem gostei muito das referencias historicas, como fica claro na violencia e ignorancia empregada por bandeirantes e clérigos. O roteiro é acertado ao usar lendas e mitos da cultura indigena para dar o devido recheio de terror ao filme.
    Valeu a dica, Pachá.

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    1. Salve Marcelo. Cara, fico feliz que tenha gostado do filme...sou maior fã do Rodrigo Aragão!

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