Por Pachá
Escrito no inicio dos anos 80, o livro de Ignácio está na 27ª edição. Kofi Annan secretário geral da ONU, passou anos alertado para o fato de que os problemas centrais dos sapiens está relacionando com as mudanças climáticas, consumo desenfreado, uso igualmente acelerado de recursos, incompatíveis com a capacidade de recuperação da biosfera.
Fazendo uma correlação com o atual momento do Brasil e do mundo, Loyola foi dotado de aguda percepção e analise desses problemas ainda nos anos 80, como desmatamento, seca, regimes totalitários, fome, desemprego, doenças, imbecilidade e alienação generalizada.
A narrativa segue a trajetória de Souza um professor de História e como tal, uma espécie de testemunha ocular da degradação do Brasil. Com uma consciência dilacerada pelo processo que levou a total degradação de uma nação, um país vendido a grandes corporações que se apropriaram de Estados, reduzindo Brasil ao Estado de São Paulo, Souza vai se aprofundando em uma rede de intrigas, uma espécie de resistência, que mais lembra o filme Brazil, de Terry Gillian, com excessão de que aqui, não verás pais algum, cria uma certa expectativa de um clímax, mas nada acontece.
Embora o livro tenha esse apelo de atualidade, essa segunda leitura não me impactou tanto quanto da primeira vez, a começar pelo rami, rami, rami, da estrutura narrativa em descrever odores, estados de mente, apegos materiais, de maneira que em minha percepção, não empurra a história pra frente e o pior, me deixou com uma sensação de falta veracidade interna.
Ainda que não caia no gosto de muitos, não verás pais algum é desses livros para se criar debates em sala de aula, sobre diversos aspectos da humanidade, ou seja, um livro obrigatório.
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