sábado, 21 de agosto de 2010

Memórias do Subterrâneo

Como um abominável e microscópio ser,
Habito as frestas que minhas ignomínia as tornaram grandes,
Meus vizinhos são igualmente abjetos.
Rastejo na angústia, deixando como rastro minha bílis,
Trago nos gemidos da dor a alegria dos devaneios,
Fuzilo com a indiferença a minha pusilanimidade,
E me entrego a sorte dos escárnios da vida,
Tentando me convencer de que isso me fortalece,
Fortalece-me para que?
Minhas exauríveis lágrimas,
Não dão conta das perenes amarguras da vida.
Minhas calamidades estão sempre me lembrado,
O quão fraca são minhas vontades, empachadas de sonhos e delírios.
E meu esforço de ver o belo e o sublime,
Decanta todo o sofrimento de manter a ordem,
E diante da vanglória de sonhos, vivo acordado o pesadelo
De uma vida errante, agônica,
E me escondo na demência das minhas excentricidades
E tento me convencer que tudo é apenas...
... O oficio de viver.


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