segunda-feira, 7 de março de 2011

A Batalha de Canudos 1997

Por Pacha
O cinema brasileiro não tem muita experiência em filmes épicos, mas Sérgio Rezende com Canudos provou que é possível fazer esse tipo de filme em terras brasileiras. Canudos é majestoso e mesmo compactado em pouco mais de duas horas de filme, esse importante conflito da história do Brasil está bem transposto para as telas. 

A terra que tem a cor das roupas do sertanejo, que tem a cor de suas casas é magnificamente captado pelas lentes de Estevam Avellar. Baseado na obra de Euclides da Cunha Os Sertões a Batalha de Canudos é vista pelos olhos de uma família que após ter seus bens confiscados pelo governo como forma de pagamento de impostos, acaba por seguir Antonio Conselheiro em sua peregrinação pelas catingas dos sertões nordestinos até se estabelecerem em Canudos. Os conflitos que vão marcar o drama dos personagens estão muito bem desenvolvidos pelos atores, Jose Wilker, como Conselheiro, Paulo Betti como Lucena, casado com Penha, Marieta Severo, Luiza vivida por Claudia Abreu. 

O filme custou 6 milhões e levou quatro anos para chegar as telas e o resultado é mais que compensador, é um espetáculo, ainda que tenha as deficiências naturais desse empreendimento, adaptação de obras literária para o cinema. Sérgio Rezende consegue com muita sagacidade e criatividade se cercar de pessoas competentes e criar com bastante propriedade a Canudos de 1897. É visível o enfoque dele para  mostrar o último combate, o mais dramático, uma vez que os três primeiros não tem a riqueza de detalhes da obra literária, mas ainda sim tem os méritos e a compreensão dos recurso financeiros, guardado para o combate final, ou seja, a quarta expedição. E é nesse último conflito que vemos toda a grandeza da obra de Sérgio Rezende. O set de filmagens nunca tinha menos de 100 participantes, entre atores principais e figurantes. As cenas de bombardeio foram realizadas com convincente competência por profissionais mexicanos, que juntamente com o figurino da época dão um ar de veracidade do sertão em final do século XIX. O roteiro foi escrito pelo próprio Sérgio Rezende em parceria com Paulo Halm.










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