Por Pachá
O ódio filme de 1995 antecipou em uma década os acontecimento de 2005, quando vários jovens do subúrbio da França entraram em conflito com a polícia. Filmado em preto e branco O Ódio chocou os franceses e o mundo ao mostrar sem rodeio o vazio, a falta de perspectiva de milhares de jovens imigrantes; africanos, judeus, árabes desempregados e muitas vezes desamparados nesses bolsões de pobreza.
O diretor Mathieu Kassovitz consegue extrair de um cotidiano estagnado pela pobreza, claro comparado com os padrões franceses, a dureza da realidade desses grupos. Não há qualquer intenção de escamotear a antítese de classes e seus antagonismos, e uma cena deixa isso claro quando os três amigos invadem um vernissage de uma exposição de arte moderna e ridicularizam o local e ao serem expulsos o dono da exposição, diz “problemas do subúrbio” no ar mais blasé dos franceses, como se esses jovens fizessem parte de outro universo, que não a França. No elenco o ainda jovem, mas já talentoso Vicent Cassel no papel de Vinz imigrante judeu, numa interpretação memorável, basta ver a cena que ele realiza em frente ao espelho lembrando Deniro em Taxi Drive, “Está falando comigo? Você está falando comigo” e tudo porque ele achou um revolver.
Kassovitz não esqueceu de mostrar os códigos e leis desses grupos e suas tentativas de auto-afirmação, respeito e “orgulho” de fazer parte de uma “gangue” e este é o objetivo de Vinz, ser respeitado pelos seus. Na pele do imigrante africano temos o ator Humbert Kounde vivendo o esforçado e resignado Hubert que tem em mente apenas sair desse caldeirão, pois teme pelo pior, mas seus esforços surtem pouco ou nenhum efeito, pois a maneira que ele encontra de alcançar seus objetivos é mergulhando ainda mais fundo nesse mar de problemas. Na pele do imigrante árabe Said (Said Taghmaoui,) que não tem nem a preocupação de Vinz nem os temores de Hubert, Said apenas vai seguindo e levando sua vidinha de pequenos delitos. O Ódio é um filme, sobretudo realista e provocante, no sentido de olhar as insensatez de políticas sociais para conter o grande abismo sócio-econômico-cultural em grandes metroploes.
O diretor Mathieu Kassovitz consegue extrair de um cotidiano estagnado pela pobreza, claro comparado com os padrões franceses, a dureza da realidade desses grupos. Não há qualquer intenção de escamotear a antítese de classes e seus antagonismos, e uma cena deixa isso claro quando os três amigos invadem um vernissage de uma exposição de arte moderna e ridicularizam o local e ao serem expulsos o dono da exposição, diz “problemas do subúrbio” no ar mais blasé dos franceses, como se esses jovens fizessem parte de outro universo, que não a França. No elenco o ainda jovem, mas já talentoso Vicent Cassel no papel de Vinz imigrante judeu, numa interpretação memorável, basta ver a cena que ele realiza em frente ao espelho lembrando Deniro em Taxi Drive, “Está falando comigo? Você está falando comigo” e tudo porque ele achou um revolver.
Kassovitz não esqueceu de mostrar os códigos e leis desses grupos e suas tentativas de auto-afirmação, respeito e “orgulho” de fazer parte de uma “gangue” e este é o objetivo de Vinz, ser respeitado pelos seus. Na pele do imigrante africano temos o ator Humbert Kounde vivendo o esforçado e resignado Hubert que tem em mente apenas sair desse caldeirão, pois teme pelo pior, mas seus esforços surtem pouco ou nenhum efeito, pois a maneira que ele encontra de alcançar seus objetivos é mergulhando ainda mais fundo nesse mar de problemas. Na pele do imigrante árabe Said (Said Taghmaoui,) que não tem nem a preocupação de Vinz nem os temores de Hubert, Said apenas vai seguindo e levando sua vidinha de pequenos delitos. O Ódio é um filme, sobretudo realista e provocante, no sentido de olhar as insensatez de políticas sociais para conter o grande abismo sócio-econômico-cultural em grandes metroploes.
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