quarta-feira, 9 de março de 2011

Roma Città Aperta 1945


Por Pachá
Com o propósito de evitar bombardeamento pelos caças da luftwaffe os alemães que ocupavam Roma declaram esta cidade aberta entre os anos de 1943 e 1944. Um ano mais tarde esse fato histórico é transposto paras as telas pelo homem que deu inicio ao movimento neo-realismo no cinema. Filmado com recursos pra lá de precários, as filmagens duraram meses, o cenário era uma Roma destruída, os recursos vinham de cheques sem fundo, o planejamento das filmagens eram realizados em um picadeiro  de  um prédio abandonado onde funcionava um bordel, os rolos de filme  de no máximo 50m eram comprados no mercado negro o que obrigava Rossellini a realizar planos curtos e fazer  sua  característica improvisação, não havia roteiro, apenas ideias discutidas  horas a fio de onde saia um rascunho  de como deveria ser, e a utilização de atores desconhecido, com exceção de Anna Magnani a essa altura renomada atriz de teatro, não impediram de Rossellini imprimir em seu filme a realidade dos que resistem ou se entregam ao desespero, e da fragilidade escondida por trás das armas, torturas, morte que é o caso dos fascismo italiano, muito bem representado pelos personagens nazistas, Bergamann (Harry Feist) e Ingrid (Giovanna Galletti). Em minha percepção esse parece ser o principal discurso político de Roma Cidade Aberta que não foi bem recebido no seu próprio pais, mas muito aclamado na França que viu nas idéias de Rossellini a renovação do cinema pós-guerra, influenciando mais tarde os responsáveis pelo movimento nouvelle vague, Truffaut, Goddad, Eric Rhomer. Este último em entrevista sobre o Rossellini disse; A falta de imaginação de Rossellini é onde reside toda sua genialidade. Tecnicamente não há nada de excepcional em Roma Cidade Aberta e sim a realidade exposta e materializada como poucos filmes conseguiram transmitir e  como disse Martin Scorsese é uma realidade humana que não pode ser confundido com realismo. A versão lançada pela versátil em DVD ainda traz um documentário sobre Rossellini e o cinema italiano.



Anna Magnani .... Pina
Marcello Pagliero .... Luigi Ferrari
Vito Annichiarico .... Marcello, o filho de Pina
Nando Bruno .... Agostino
Harry Feist .... major Bergmann
Giovanna Galletti .... Ingrid



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