quarta-feira, 9 de março de 2011

Bruna Surfistinha


Por Pachá

Para maioria dos jovens de classe média o ato de rebeldia pode ser adotar um visual punk, emo usar drogas ou até mesmo iniciar um carreira de pequenos delitos. Para Raquel Pacheco mais tarde Bruna Surfistinha, vender o corpo foi uma boa e lucrativa forma de se rebelar  e porque não, opção de vida. Julgamentos a parte o filme é ousado se comparado com filmes do gênero, como por exemplo "confissões de uma garota de programa" de Steven Soderbergh onde a protagonista é uma atriz pornô de verdade, Sasha Grey. O diretor Marcus Baldini vai direto ao ponto, e logo transforma a tímida e melancólica Raquel em uma mulher objeto, não há muitas explicações para Raquel se tornar Bruna e as poucas que são exposta para o espectador são rasas. A protagonista Deborah Secco em minha opinião sempre foi uma atriz de novela, e portanto com as limitações de atriz de novela, mas é surpreendente sua atuação, nada excepcional do ponto de vista cênico, mas a desenvoltura das cenas de nudez e sexo, e não são poucas, me fez rever opinião  a seu respeito. Não li o livro "O doce veneno do Escorpião" o qual o filme é inspirado, mas sai do cinema com a percepção de um roteiro econômico, com visão simplista voltado apenas para o desfile do sexo apoteótico. 


Creio que faltou mais profundidade do personagem principal, onde o roteiro preferiu criar as máximas de quem vive do corpo; fazer programa o suficiente para largar a vida. Outro ponto em minha percepção negativo é a narrativa de ascensão, crista da onda e queda com mergulho profundo no mundo das drogas, achei caricato e batido. Mas por outro lado é positivo ver a abordagem sem pudor que Baldini faz do sexo, as cenas são bem feitas, até porque é o pilar do filme, e mesmo para aqueles que tem no cinema nacional a visão de filme que só tem putaria  e só vai ao cinema para assistir a um filme nacional quando esse fala sobre  a realidade do pais, vide Tropa de Elite 2,vai se sentir tentado a mudar tal opinião, ou pelo menos desenvolver empatia com o cinema nacional. 

A sala em que assisti o filme era bem heterogênea e pensei que alguns iriam abandonar  o filme nas primeiras cenas de sexo, mas isso não ocorreu O elenco conta ainda com as participações de Cris Lago, insossa mais por conta do roteiro do que pelas suas limitação, quem assistiu à Olhos Azuis onde ela também faz um papel de garota de programa tem a medida  do que estou dizendo. Cassio Gabus Mendes em uma atuação apática. Drica Moraes correta nas poucas aparições. No âmbito geral Bruna surfistinha é um bom filme ainda que seja o primeiro trabalho do Baldini que certamente nos surpreenderá com próximos trabalhos.

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