Livro de contos publicado em 1933 com tradução de Remy Gorga Filho. Cortázar de origem argentina mas educado na França, tem como estilo o estado onírico, como mesmo relatou, "A maior parte dos meus contos nasceu de meus sonhos e pesadelos, todos eles foram escritos imediatamente depois, numa espécie de segundo estado onírico."
E de fato é essa a percepção que temos ao ler Carta a uma senhorita a Paris no qual um sujeito vomita pequenos coelhos e incapaz de matá-los, os da a uma senhora que os mata e come, ou de uma residência de campo onde é preciso evitar a presença de um tigre com se este fosse apenas mais um convidado, ou a ave onírica mancúspias, acredite pesquisei sobre esta na Internet, mas nada achei o que torna o conto, de mesmo nome mancúspias ainda mais fantástico, pois a descrição e comportamento dessas aves são irritantemente conquanto genialmente descritas.
Bestiário é o livro de estreia de Cortázar e nos lembra que a vida acontece entre o cotidiano e o absurdo. Com estilo, limpo e sem rodeios, mas carregado de mistério, Cortázar prende o leitor a cada linha, com o improvável, com a sombra de nossa realidade. Para compreender o mundo escrito por Cortázar é preciso certo desapego da realidade, é preciso embarcar no estado onírico, fantástico e sobretudo pertubardor, pois sempre está acontecendo muito mais em suas historias do que o que estamos lendo e nese fato reside a grande genealidade do autor.
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