O filme de Ruy Guerra de 1970 faz parte da fase alegórica do cinema novo, onde há um flerte com barroco. O estilo barroco por si só é uma arte rebuscada, poeticamente não muito palatável para grande maioria, basta lembrar as aulas de literatura barroca no ginásio, chatas e aborrecidas. Deuses e os Mortos também é chato e enfadonho, mas há preciosidade em meio aos devaneios alegórico de Ruy Guerra. A câmera de Dib Lutfi é o grande espetáculo do filme, ao saber que Dib manipulava a câmera o tempo todo, controlando diafragma, profundidade de campo, acompanhado os diversos personagens, é de tirar o chapéu pro cara. Em uma máquina fotográfica é fácil. Pois o objeto na maioria das vezes é estático, num filme o objeto, ação, atores é dinâmico, a luz muda a cada ângulo. No decorrer do filme percebemos que as imagens ganham vida própria. Outro ponto forte, ainda que teatral demais para meu gosto, são as atuações corretas e pura dramaticidade. Othon Bastos mostra toda sua veia de palco, do ator teatral que é. Há algumas participações, todas na hermética linguagem teatral, Dina Esfati, Nelson Xavier.
A trama básica do filme, a parte acessível, é uma disputa entre duas famílias latifundiárias da região cacaueira da Bahia. O personagem de Othon Bastos sobrevivente de uma chacina parte para uma vingança e coloca as duas famílias em conflito. Mas as duas famílias são manipuladas pelo capital estrangeiro. E em um dos diálogos, um lorde Inglês diz; “Pode me matar, mas nada irá mudar virão outros em meu lugar” creio que foi isso, pois a cópia que assisti era tenebrosa de ruim.
Ao final ao conquistar o poder, eliminando os dois patriarcas, o personagem de Othon se dá conta de quão fútil e vazio é o poder. Não conheço a fundo a obra de Glauber, mas este filme de Ruy Guerra me parece mais que uma influencia do diretor baiano. Não usaria a palavra plágio, mas a apropriação de algumas cenas de Deus e o Diabo na terra do sol e o Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro é espantosa
A trama básica do filme, a parte acessível, é uma disputa entre duas famílias latifundiárias da região cacaueira da Bahia. O personagem de Othon Bastos sobrevivente de uma chacina parte para uma vingança e coloca as duas famílias em conflito. Mas as duas famílias são manipuladas pelo capital estrangeiro. E em um dos diálogos, um lorde Inglês diz; “Pode me matar, mas nada irá mudar virão outros em meu lugar” creio que foi isso, pois a cópia que assisti era tenebrosa de ruim.
Ao final ao conquistar o poder, eliminando os dois patriarcas, o personagem de Othon se dá conta de quão fútil e vazio é o poder. Não conheço a fundo a obra de Glauber, mas este filme de Ruy Guerra me parece mais que uma influencia do diretor baiano. Não usaria a palavra plágio, mas a apropriação de algumas cenas de Deus e o Diabo na terra do sol e o Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro é espantosa
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