Espere a primavera Bandini é o primeiro livro de Fante. Publicado em 1938 Fante da vida ao seu alter ego Arturo Bandini ao narrar a a historia de sua infância. O estilo que vai acompanhar as obras seguintes de Fante está inteiramente presente em seu primeiro romance, escrita enxuta, humor ácido, pensamentos conflituosos entre religião e fruição daqueles que estão fora do sonho americano.
A tristeza de se sentir um deslocado em uma América em plena recessão faz de Arturo Bandini uma espécie de anti-herói adolescente, que diante da pobreza da família se revolta contra essa pobreza, amaldicionado a vida e uma sociedade já imersa no pré-consumismo, a condição precária da família, a resignação beata de sua mãe, a falta de instrução de seu pai. E com esse cenário de pobreza aguda Fante resgata a sua infância não como jubilo, mas como uma forma de enterrar fantasmas e nos lembrar que o que somos é fruto desses momentos, de falta, dificuldade, ameaça que nos forja e nos transforma em que somos.
Fante é leitura obrigatória para quem curte autores outsiders, malditos. E não é falar demais que o velho safadão Chinaski (alter ego de Bukowski) foi um dos seus maiores fãs a ponto de exigir que Pergunte ao Pó (livro que lançou Fante para o mundo) fosse reeditado por sua editora quando Fante já debilitado em um hospital lutava contra a diabetes.
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