domingo, 18 de novembro de 2012

1Q84 Vol. I

Por Pachá
Uma quase completa decepção com a literatura de Murakami. Não conhecia, ou melhor não havia lido nada até então desse escritor japonêse e teria me mantido a distancia do seu mundo de fabulas se na sinopse de 1Q84 não trouxesse a informação de que um dos personagens centrais é uma assassina profissional, Aomame. 

De fato as vinte primeiras páginas do livro são cativantes, com estrutura narrativa bem costurada entre sentimentos e temporalidade, ainda que um tanto forçada como por exemplo na figura do taxista em rápida conversa com Aomame, com frases piegas do tipo "... lembre-se nada é o que parece ser". Outra coisa que a primeira vista parece um exercício de narrativa descritiva, no detalhamento de vestuário, mas adiante se torna uma ode a marcas e grifs famosas que acaba por se tornar irritante... "Ele caminhava com seus sapatos hush puppies que pareciam novos, ou ela em vestido givenchy e bolsa gucci" me levou a questionar o enredo da trama que caberia em 200 páginas facilmente ao invés das 430. A quase decepção surge justamente naquele que seria o meu ponto de interesse da trama, a figura de Aomame uma guria com peculiar ganha pão de matar pessoas e que após o trabalho, como qualquer trabalhador, vai aos pubs ou bares para aliviar a pressão do trabalho, da vida em sensações efêmeras, sexo casual sem amarras, intrigas ou comprometimentos. O livro fala de solidão, mas Aomame não é solitária e sim uma "avulsa" por opção. As razões para justificar sua profissão é pueril, desconstruindo de forma negativa toda imagem que tenho desses personagens, e nesse reside minha quase decepção com esse livro. que tem seus encantos, o estilo de enviar suas vitimas para o lado de lá de Aomame é bem interessante.

Na outra ponta temos o personagem Tengo um professor de matemática com aspirações a escritor e igualmente sozinho como Aomame... a construção dos personagens são muito parecidos quando se desconta o gênero, masculino e feminino. Fora isso o que sobra é digressão dos personagens em intermináveis páginas que não acrescenta muito ou nada para trama...

Mas atribuo essa decepção a desobidiêencia de uma regra que procuro obedecer com certo xiitismo, nunca, jamais procurar em livros com prefácios e/ou declarações de marketing do tipo; Mais de 2 milhões de copias vendidas, melhor livro do ano, fulano (escritor) é um gênio... e os que são anunciados em parabrisas de ônibus? esses então... fujo como o diabo foge da cruz. Pode parecer certo preconceito, e acredito que seja, mas ao pensar que para ler, ver e ouvir tudo que desejo eu precisaria de mais uma vida, não posso perder tempo com esse tipo de literatura.


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