sábado, 17 de novembro de 2012

O Céu sob os Ombros


Por Pachá
Por uma falta de sincronia, perdi a apresentação desse filme na mostra de cinema de Garagem no Centro Cultura da Caixa, e não deixo de expressar meu espanto ao constatar que o filme chegou as locadoras. O filme de Borges que mais parece um documentário traça paralelo entre três personagens anônimos inteiramente distintos e antagônicos. Lwei é um sujeito com intensa visão pessimista do mundo, que trava silenciosa luta para transpor esse sentimento para o papel, mas não consegue publicá-los. Evelyn é um transexual que estuda Foucault e leciona para adultos temas sobre sexualidade, homossexualismo e gosta de se chamada de puta ao invés de profissional do sexo. Murari é um seguidor da religião Hare Krishna, trabalha como atendente de telemarketing e é líder da torcida organizada do galo (atlético mineiro). Ambos se movem diante da sociedade sob preconceitos e tentam se enquadrar com suas respectivas idiossincrasias e as convenções sociais aos quais estão sujeitos.

O olhar da câmera de Borges consegue manter interessante equilíbrio entre objeto e fluidez das três historias criando curiosa relação entre ficção e documentário. O céu sob os ombros acima de qualquer classificação é provocativo quando nos põe a pensar sobre o peso de estar vivo com questões inteiramente existenciais,  amizades, profissão, família, religião são temas escancaradamente abordados no filme de Borges que apoiado nas interpretações de atores não atores  em papeis de suas próprias vidas, o filme adquire aspectos documental expondo a realidade de forma ficcional.



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