Filme de zumbi não
tem muita variável, mas sempre há uma maneira legal de abordar o tema. No caso
de Juan dos mortos matamos seus entes queridos a graça está no pano de fundo
que o diretor argentino Alejandro Brugués imprime para sair matando, idosos,
mulheres e crianças. O humor ao olhar as mazelas que aflige a ilha é muito bem
distribuído dentro dos dramas dos personagens. Juan vivido pelo ator e
professor de interpretação Alexis Díaz de Villegas, vive de pequenos golpes
junto com seu compincha Lazaro (Jorge Molina). Juan se diz um sobrevivente e
Cuba é o lugar ao qual pertence e para ele, um paraíso mesmo com todas as
privações. Nesse fato reside certo nacionalismo, desprovido ou não de ingenuidade,
na visão do diretor. Enquanto todos querem ir para Miami, Juan vê em seu pais
um como tantos outros qualquer, no qual ele teria que sobreviver da mesma
maneira.
Sem muita explicação, filmes de zumbi tem esse precedente, aparece na ilha mortos vivos, que logo são declarados pelo voz do governo como dissidentes enviados pelos EUA para desestabilizar a grande nação cubana. Esse gancho dá margens a criatividade do diretor que vai inserindo o contexto político da ilha e referencias de filmes de terror, como; zombieland, 30 dias, Serenety e claro, as influencias de Romero. Tudo muito bem embalado e com muito humor, mórbido é claro.
Outro ponto muito positivo de Juan de los muertos são as interpretação, normalmente não se vê no gênero essa preocupação, ou pelo menos não é requisito primeiro. E não falamos de uma participação pontual, mas sim todo elenco principal, mesmo tendo na interpretação de Alexis Diaz o ponto alto. Jorge Molina não fica em momento algum eclipsado pela atuação de Alexis Diaz. California o filho de Lazaro (Andros Perugorría) muito bem como jovem sem ideologia política alguma e que alimenta, mesmo que sem muito fervor, abandonar ilha. Camila (Andera Duro) correta no papel da filha que execra o código de moral e ética do pai Juan. La China (Jazz Vilá) também dá vida a seu bandido homossexual com muita propriedade.
A parte técnica o que me incomodou foi a economia de sangue. O filme tem certa assepsia a la Resident Evil onde a violência é escamoteada pelo humor. A falta de sangue ajuda amenizar a violência por vezes gratuita como banalização da vida. Mas no todo o filme agrada até pelos pontos negativos.
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