Por Pachá
Quando a semente da discórdia é semeada, não há argumento que possa demove-la. Creio que esse seja o mote, para o ensaio de Bárbara Tuchman em a Marcha da Insensatez, vencedora do prêmio Pulitzer com o livro "The guns of August".
Com uma pesquisa histórica bem delineada, desde os mitos gregos até o conflito do Vietnã, a autora faz uma arguta análise do processo de tomada de decisões de líderes, que a despeito, de estar ou não bem assessorados, embarcaram em atos de insensatez que desencadearam tragédias, mortes e cravaram, de forma negativa, seus nomes na História. Os motivos nem sempre foram desconhecimento do passado, e sim uma confluência de fatores que somados colocava esses homens muitas vezes, inteligentes e perspicazes, em posição de não retorno, seja por orgulho ou por uma ignorância involuntária.
O mais interessante é notar o quão a análise é pertinente em tempos de polarização, com consequente avanço de forças conservadoras autoritárias.
Uma leitura essencial, ou ao menos bem vinda em tempos de negligência de fatos históricos no qual o presente perpétuo é sedutor, cegando séculos de estudos e avanços científicos.
Abaixo a entrevista com o filosofo John Gray, particularmente não comungo com a linha de pensamento dele, mas em alguns pontos ele traz suas polêmicas e necessárias reflexões para nos ajudar na superação de nossa própria insensatez. Um lembrete sobre algo básico, mas frequentemente esquecido: sim, nós podemos estar errados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário