Por Pachá
Uma equipe de filmagem tenta captar o cotidiano de um serial killer. Com estratégia de abordagem documental, Rémy e sua equipe tem em Ben (Benoit Poelvoorde) objeto de interesse, mas no meio do processo a equipe se aproxima do objeto de pesquisa e passa a ser co autor dos atos de Ben, e o que se segue é uma hilariante comédia de humor negro na qual é escancarado o machismo, homofobia, xenofobismo e claro, mortes, muitas mortes e a banalização do mal.
Realizado em 1992, o filme retrata a fixação por armas, pela morte. E como o serial killer Ben acredita que está realizando algum tipo de arte com os seguidos assassinatos, há também um olhar do que é fazer cinema, já que há grandes diálogos entre personagens e equipe sobre o ato de fazer cinema. A cena em que duas equipes de filmagem se encontram, e uma acaba levando vantagem quando Ben descobre que o equipamento do rival é de TV, é tão engraçada quanto trágica, já que ele mata toda a equipe de TV, bem como a cena na qual Ben persegue uma vítima, o operador de som direto é morto, e logo assumido por Rémy, no mais perfeito estilo the show must go on.
A atuação de Benoit Poelvoorde é sem dúvida o ponto alto do filme, ele encarna o perfeito e mais clichê dos psicopatas dos filmes de assassinos. Ele é de certa forma erudito, aprecia música clássica, tem especial gosto pelos filmes noir e escreve poesias além de ser muito apegado a família. E como acredita que em seus crimes, bem ao estilo Crime e Castigo, onde pode matar e ferir por se achar superior aos outros, Ben não se importa com livre arbítrio, ou seja, ignora que possa sofrer do mesmo tratamento, e até somos levado acreditar que nada pode lhe acontecer, já que ele é implacável e possuidor de inabalável senso de confiança.
O filme é um paródia divertida sobre o gênero policial e agrada pela forma com que se desenvolve a relação entre equipe e personagens em um meta filme que mostra o amor pelo cinema e ao mesmo tempo uma critica.
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