Por Pachá
O primeiro longa da diretora Agata Alexander é muito bem conduzido e tem uma trama com visão pessimista do futuro. O roteiro que também é assinado pela diretora, flerta com a imortalidade, relacionamentos, finitude, tudo bem embalado pela fé, in God We Trust.
A estrutura narrativa é fragmentada, tendo apenas como ponto de cruzamento das histórias, uma pane eletrônica no qual o técnico David (Thomas Jane) é o ponto central. As histórias lembram muito black mirror, mas Agata contrói conflitos muito mais aderentes a um futuro próximo, possível e mais sombrio, ao menos foi essa minha percepção.
As atuações são muito boas, Thomas Jane mesmo em um papel limitado, em um monólogo paradoxal, mostra desenvoltura e carisma, alias o personagem lembra muito sua participação na série Expanse. Alice Eve confere o lado cômico da devoção em um futuro no qual a fé abraça a tecnologia, e ai cabe uma espiada no filme de Lucas THX1138. Ruperte Everett protagoniza a história mais cruel, contrapondo mortalidade e imortalidade, sendo esta última um privilégio da elite. As histórias, assim como a série black mirror, lança olhar para o impacto da tecnologia na vida dos sapiens, e claro não muito otimista.
Mesmo não sendo uma obra original, até porque creio ser difícil algo no gênero, Agata tem muita propriedade em se apropriar de temas já explorados em outro filmes de ficção científica. No mais é ficar atento para os futuros trabalhos da diretora.
legendas PtBr
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