Por Pachá
Os filmes do diretor Petrus Cariry estão imerso na poesia de imagens lindamente construídas, porém não são de fáceis entendimentos, pois a simbologia e metáforas que o diretor utiliza para construir sua narrativa requer olhar atento aos detalhes de diálogos e imagens.
Em uma vila de pescadores, a rotina é quebrada quando a maré traz um barco, não se sabe quando esse barco chegou, e nesse detalhe há a subversão do tempo que é amplificado pela chegada de uma misteriosa mulher, que tal qual uma sereia, encanta homens com suas histórias de amor e fúria.
A família de pescadores cujo os filhos, e são muitos, tem como nome a sequência do alfabeto. O filho A (Romulo Braga), o mais velho, recebe, como todo jovem, o chamado pra aventura na chegada da misteriosa mulher (Samya De Lavor), mas a situação da família, que depende única e exclusivamente da pesca no mar, impõe a união da família.
As atuações são outro ponto forte da trama, Samya De Lavor e Romulo Braga estão muito seguros e com forte presença de cena, mas Veronica Cavalcanti é quem confere mistério com uma personagem convincente e enigmático.
A fotografia que é assinada também por Petrus é um primor, densa, tensa que aprofunda a atmosfera de mistério. O Barco é um filme que instiga e propõe várias interpretações, movida por uma narrativa pouco palatável, mas com grande poder imagético.
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