Dino Buzzati (1906 - 1972) é considerado um dos grandes escritores da Itália. Inicialmente como jornalista, para logo depois ganhar fama como escritor ao lançar em 1940, o livro Deserto dos Tártaros onde o autor definiu sua voz inconfundível como escritor.
Existencialista, o Deserto dos Tártaros é uma reflexão sobre a inutilidade do poder e as estruturas militares de hierarquia no dever com a pátria.
O jovem tenente Drogo é enviado ao forte Bastiani na divisa com deserto dos tártaros. O forte é a última defesa contra invasores (que há tempos não aparecem). As desventuras do tenente se dá, quando percebe que não conseguirá a transferência conforme protocolo para linhas onde possa ter a glória de participar de uma batalha. Com impressionante narrativa a cerca da passagem do tempo, Buzzati vai tecendo uma sutil critica política e social através de alegorias dos personagens.
"Coragem, Drogo, esta é a ultima cartada, vá ao encontro da morte como um soldado e que sua existência errada pelo menos termine bem. Vingado finalmente da sorte, ninguém cantará seus louvores, ninguém o chamara de herói ou de qualquer coisa semelhante, mas justamente por isso vale a pena. Ultrapasse com pé firme os limites das sombras, aprumado como num desfile e sorria se conseguir."
Isso Drogo dizia a si mesmo - Com um espécie de prece - sentindo apertar à sua volta o ciclo conclusivo da vida.
O poder da narrativa do Deserto dos Tártaros reside no trabalho preciso e poéticos da passagem do tempo.
O livro foi adaptado para cinema por Valério Zurlini em 1976.
O livro foi adaptado para cinema por Valério Zurlini em 1976.
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