Por Pachá
Há algo na narrativa de Clarisse ou alguma... que incomoda no que tange ao suspense, talvez seja o fato de criar grande tensão sobre a história pregressa dos personagens, e ao final não entregar o segredo desse suspense, creio que o final do título até explica, "...alguma coisa sobre nós dois" esse alguma coisa sobre nós dois, os espectadores, nunca saberão, pois nessa narrativa, as peças ao final não se encaixam, e o espectador é ignorado nos motivos que movem a protagonista, Clarisse.
As cenas de interação de Clarisse (Sabrina Greve) com seu marido (David Wendfil) e com seu pai (Everaldo Pontes) são carregadas de grande tensão, e dúvidas, todos parecem saber os segredos de todos, e os motivos que movem Clarisse, menos o espectador.
O cinema naturalista tem muito, e me agrada, essa coisa de esconder mais, do que é mostrado nas imagens, porém alcançar a essência dessa narrativa não é tarefa fácil, e quando realizada sem o esmero narrativo pertinente, me soa como algo pretensioso, que não chega a ser o caso de Clarisse, pois o diretor Petrus nos dá a nítida impressão de que o objetivo é esse, entregar uma quebra cabeça faltando peças, tornando inviável qualquer empatia com os personagens.
Se por um lado há certa "decepção" com a recompensa que não chega, há o peso da fotografia, também assinada por Petrus, que ajuda a aprofundar esse estado de distanciamento entre os personagens tão íntimos de Clarisse, como pai e marido. A trilha sonora também ajuda a criar esse universo onírico versus lucidez no limiar da loucura, e a cena final é a coroação desse embate, uma catarse de libertação, lavagem de alma, nem que precise ser no sangue.
O cinema cearence tem dado grande alegria, os filmes de Petrus é sempre certeza de desconforto, no sentido bom, de instigar, de refletir.
O cinema naturalista tem muito, e me agrada, essa coisa de esconder mais, do que é mostrado nas imagens, porém alcançar a essência dessa narrativa não é tarefa fácil, e quando realizada sem o esmero narrativo pertinente, me soa como algo pretensioso, que não chega a ser o caso de Clarisse, pois o diretor Petrus nos dá a nítida impressão de que o objetivo é esse, entregar uma quebra cabeça faltando peças, tornando inviável qualquer empatia com os personagens.
Se por um lado há certa "decepção" com a recompensa que não chega, há o peso da fotografia, também assinada por Petrus, que ajuda a aprofundar esse estado de distanciamento entre os personagens tão íntimos de Clarisse, como pai e marido. A trilha sonora também ajuda a criar esse universo onírico versus lucidez no limiar da loucura, e a cena final é a coroação desse embate, uma catarse de libertação, lavagem de alma, nem que precise ser no sangue.
O cinema cearence tem dado grande alegria, os filmes de Petrus é sempre certeza de desconforto, no sentido bom, de instigar, de refletir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário