A arte imita a vida, o filme Bar Luva Dourada (Dez Goldene Handschuh) do diretor Fatih Akin é a apropriação de uma história real de um serial killer alemão, que nos anos 70 assombrou a cidade de Hamburgo.
Além das cenas de causar incomodo, na atmosfera impressa das imagens tétricas, beirando o cômico, se não fosse trágico, é para poucos estômagos. E a maestria de Akin reside justamente em inspirar repulsa, desconforto. As cenas de assassinato e deploração das mulheres que Her Honka (Jonas Dassler) esquarteja e esconde em uma parede falsa de seu igualmente tétrico apartamento conferem a Bar Luva Dourada sua qualidade.
Morte aos feios, esse é o lema de Honka, ele mesmo deformado, alcoolátra e impotente, nem mesmo com as prostitutas tem sucesso, salvo as velha e feias, as preferidas (nem tanto) de Honka. A violência moral e física pela qual ele submete as mulheres que aceitam seu chamado para saidera em seu apartamento, é de uma agonia que parece não ter fim, e tão sórdida e impiedosa que sentimos vergonha do ser humano.
O Her Honka de Akin lembra ou faz referência ao expressionismo de Fritz Lang, com seus Nosferatus e Beckert, este de M, filme de 1931, onde ator Peter Lorre tem aqueles olhos assustadores. Há também na narrativa de Akin uma critica ao lema Freudiano, de que o outro é sempre estranho, e portanto o inimigo, lema que alimenta nacionalismo, este, que culminou nos dois conflitos mundiais. Honka sempre culpa os gregos, com suas comidas impregnadas de temperos exóticos, pelo mau cheiro, que na verdade são os cadáveres acumulados nas paredes de seu apartamento, que lembra um sarcófago.
O Her Honka de Akin lembra ou faz referência ao expressionismo de Fritz Lang, com seus Nosferatus e Beckert, este de M, filme de 1931, onde ator Peter Lorre tem aqueles olhos assustadores. Há também na narrativa de Akin uma critica ao lema Freudiano, de que o outro é sempre estranho, e portanto o inimigo, lema que alimenta nacionalismo, este, que culminou nos dois conflitos mundiais. Honka sempre culpa os gregos, com suas comidas impregnadas de temperos exóticos, pelo mau cheiro, que na verdade são os cadáveres acumulados nas paredes de seu apartamento, que lembra um sarcófago.
A fotografia pertubadora em lentes grande angulares, combinada com color grading quase monocromático, no espectro da luz amarela, ajuda a criar uma experiência cinematográfica aterrorizante, doentia e repugnante.
As interpretações, estão a altura da trama, Dessler com toneladas de maquiagem, é de impressionar o trabalho de caracterização do ator, que dá força e profundidade ao personagem.
Bar Luva Dourada é filme certo na lista dos melhores de 2019.
Bar Luva Dourada é filme certo na lista dos melhores de 2019.
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