sexta-feira, 30 de abril de 2021

Dobermann

 
Por Pachá

O filme francês seguiu a tendência dos anos 90, talvez iniciada com "Os Bons Companheiros" de Scorcese, seguido pelos filmes de Tarantino, "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction", no qual reina personagens excêntricos, anti heróis e uma quebra do moralismo que sempre persegue os filmes policiais.

Dobreman (Vicent Cassel) é um ladrão de bancos ousado, rouba pela emoção, ao menos o roteiro deixa margem para isso. Sua gangue igualmente parece não ter muito apego pelo dinheiro que tira dos bancos. Em seu encalço está o detetive Souveur Cristini (Tchéky Karo) desprovido de qualquer código moral e ético para pegar a gangue. 

O roteiro é baseado no HQ de mesmo nome do escritor Joel Houssin que também assina o roteiro. Creio que esse HQ nunca foi publicado no Brasil, ao menos a pesquisa que fiz não econtrei nada. Embora sem muito alarde comercial, Dobermann ganhou o status de cult e atraiu produtores americanos que tentaram uma continuação em 2011 com ninguém menos do que Nicolas Cage no papel de Dobermann. E basta lembrar que em 1997 Cage e Travolta estreavam "A outra Face" e quando colocando os personagens lado a lado a lado, o que não falta é semelhanças.


Um ponto muito legal do filme é a fotografia e os movimentos de câmera e divisão de tela, que veio a ser muito utilizado por Guy Riche no ano seguinte com Lock, stock and two smoking barrels Gun. Essa estética, com visual punk, super armas, vilões com carisma de astros pop e vilões sádicos é muito bem trabalhado pela direção, roteiro e arte, muito embora eu não curta a parte meio cômica, na qual os policias são retrados pelo extremo, ou sádicos ou idiotas completos.

As atuações são exageradas, mas justificada pela narrativa e proposta do roteiro. Embora Cassel seja o protagonista, quem rouba a cena mesmo é Tcheky Karyo. E claro o colirio, Mônica Bellucci não pela atuação em si, e sim pela presença de uma beleza selvagem no papel da cigana Nathalie, surda e muda. Outro que tem uma particapação interessante e responsável pela polêmica cena que talvez tenha colocado o diretros Jan Kounen na geladeira, é Romain Duris que protagoniza a cena em que limpa a bunda com um exemplar da revista cahiers du cinema.

Em minha percepção Dobermann não envelheceu muito bem, não senti a mesma empolgação quando da primeira vez em que assisti. E quando comparado aos filmes do periodo que tem a mesma proposta, e citados acima, essa percepção fica ainda mais evidente. Empolga ao final, principalmente na cena do confronto final, entre Dobermann e Cristini. 


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