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domingo, 12 de agosto de 2012

RioFan 2012 - Nervo Craniano Zero

Por Pachá
O novo longa de Paulo Biscaia, Nervo Craniano Zero é assim como Morgue Story uma homenagem a cultura trash oitentista. A trama gira em torno de ambiciosa escritora Bruna Bloch (Guenia Lemos) que junto ao ex-namorado Dr. Bava (Lendro Daniel Colombo) tentam por fim a falta de criatividade que assola artistas. Dr. Bava desenvolve chip que quando implantado no cérebro, no lugar do tal nervo craniano zero, garante criatividade em fluxo ad eterno. Mas como nada vem de graça, a tecnologia de Dr. Bava tem alguns pré-requisitos, e um muito curioso, o coração do implantado deve ser removido, dado que o chip controlará praticamente todas as funções vitais e algumas redundâncias pode ser fatal para o implantado. Nem mesmo fome o implantado sente. É nítida a influencia de re-animator clássico dos anos 80 que por sua vez é uma adaptação de H.P lovecraft.

Como foi primeiro levado ao teatro, a exemplo de Morgue Story, pelo sua trupe vigor mortis nervo craniano zero tem elenco divertido e afiadissimo em interpretações que não deixam duvidas que objetivo maior é diversão, e o filme cumpre essa funça honrosamente. Porem diferente de morgue story, onde é nítido a pegada teatral, nervo craniano tem proposta inteiramente cinematografica no que diz respeito a interpretação. Guenia Lemos como sexy e ambiciosa escritora de best sellers  esta mais que correta. Uyara Torrente como interirona Chrsiti Costa (certamente influenciada por Nika Costa) usada como cobaia de Dr. Bava para experimento do chip é agradável surpresa, pois seu personagem é o único que se transforma ao longo da trama, de caipira tapada ela se transforma em ghost writer da ambiciosa Bruna que consegue se manter por dois anos no topo dos livros mais vendidos, sucesso de critica e publico, graças ao chip na cabeça de Christi Costa.

Embora a influencia que salta aos olhos seja re-animator é possível identificar várias influências, a fúria de Brian de Palma, Hellraise de Clive Barker, ruas de fogo de Walter Hill todos clássicos dos anos 80.
Tecnicamente o filme também é correto, bem montado, fotografado com atmosfera pura dos anos oitenta. É prazeroso ver que o cinema nacional dentro do gênero fantástico pode criar bons filmes, e porque não comercial, em minha opinião nervo craniano zero poderia passar nas salas alternativas. E é isso... Paulo Biscaia e Rodrigo Aragão são os caras do cinema fantástico brasileiro sei que há outros, mas ainda não os assisti.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Morgue Story, Sangue, Baiacu e quadrinhos


Por Pachá
Idealizado e realizado inicialmente como projeto teatral para homenagear os filmes trash, Morgue Story sangue baiacu e quadrinhos não esconde as referencias da cultura pop oitentista, o próprio visual do filme remete a essa época, basta reparar no gravador de fita do Dr. Torres (Leandro Daniel Colombo), no terninho mod do protagonista Tom (Anderson Faganello), mas isso é apenas alguns dos pontos fortes do filme. O roteiro é bem entrelaçado e ágil com diálogos enxutos bem ao estilo do teatro. O diretor Paulo Biscaia nos extras do DVD diz que julgava inviável levar para as telas a peça, esta um sucesso de critica e publico, mas muda de opinião e encara o desafio e o resultado é o melhor possível em um filme gracioso tanto do ponto de vista visual como em estrutura narrativa.


Morgue story é um filme de comédia com nuances de terror e conta a historia da quadrinista Ana Argento (Mariana Zanette) que ficou conhecida no meio por ter criado o personagem de HQ, zumbi caolho. Argento, certamente uma homenagem a um dos pais do giallo Dario Argento, tenta afogar os desencontro amoroso em um bar, e como interlocutor escolhe o barman para sua raivosa historia de amor nada romântica, e desse ponto o filme se transforma num grande flash back em estrutura narrativa complexa, dado que os personagens são apresentados dentro dessa regressão da protagonista, que se encontram direta ou indiretamente no desenrolar da trama. O que mostra grande intimidade de Paulo Biscaia como diretor, já que este é seu primeiro longa. O filme é repleto de personagens freak, um médico necrófilo, um vendedor de seguros cataléptico, uma heroína indie alternativa que não gosta de metal melódico, um barman com ares de psicólogo, um psiquiatra com ares de advogado e uma penca de figurantes em situações tragicômicas, mas todos em menor ou maior grau de importância com interpretações pra lá de corretas, que não esconde a veia teatral, o que vale para a estrutura da historia onde se percebe a pegada teatral da direção. No making off do DVD que por sinal já vale os 19,90 dinheiros da compra, dá uma boa dimensão da estética que o diretor empregou ao filme. Consultando filmografia de Biscaia é possível perceber também que o sujeito tem grande admiração pelos contos de Allan Poe. No mais é esperar a chegada de Nervo Craniano Zero, seu segundo longa, as telas.