Por Pachá
No dia 9 de Setembro resolvi rever Amigo Americano na mostra Wim Wenders - Imagens que Obedecem. O filme faz parte da fase mais criativa do diretor. Em minha percepção melhor que Paris, Texas, talvez por conter certo experimentalismo ambiguo entre dialagos e imagens, atuações fortemente calcada no cotidiano.
O personagem Tom Rippley que é figurinha em alguns filmes interpretado desde Alain Delon, passsando por Matt Damon até John Malkovich. E se você, assim como eu viu nesse fato muito mais que coincidência, ao pesquisar descobriu que Tom Riplley tem uma genitora, a escritora americana Patricia Highsmith, cuja mais fomsa obra, pelo menos a mais conhecida, é Pacto Sinistro que deu origem ao filme de Hitchcock de 1951, mas não é nesse livro que tem o personagem Tom Riplley e sim em o Taletoso senhor Rippley escrito em 1955.
De todas as interpretações de Tom Rippley, não vi a com Alain Delon, a de Dennis Hopper em O amigo americano é, em minha percepção, o que melhor encarna o personagem de Patricia Highsmith. Mas o filme de Wenders não se sustenta na interpretação de Hopper, toda a atmosfera do filme é de uma pungente melancolia do bairro portuário alemão, e porque o personagem central do filme não seja propriamente Tom Rippley e sim Jonathan Zimmermann (Bruno Ganz) que mais tarde faria um dos anjos em Asas do Desejo. Outro personagem sutil, mas de peso é Nicholas Ray, diretor americano, como o pintor que forja a própria morte para valorizar seus quadros.
Jonathan Zimmermann é um pequeno artesão, faz molduras de quadros e trabalha com antiguidades e vive com mulher e um filho em um modesto apartamento. Ao saber que Jonathan está com leucemia Tom vende essa informação a um gângster de Paris a qual deve favores, este faz a indecorosa proposta a Jonathan para asassinar outro gângster em troca de 250 mil marcos alemãos, o que daria tranquilidade financeira a sua familia. A apartir desse reves o filme ganha os conflitos de Jonathan dividio entre sua ética e segurança da familia, uma vez que ele sabe que não possui muitos anos de vida. Coube a Wenders saber equilibrar com propriedade esses conflitos sem cair em dramas existencias disfarçados de historieta policial qualquer. A maneira como Wenders conduz a trama aliada a uma ótima fotografia cria a exata dimensão entre exterior e interior. A cena do primeiro assassinato é belissima e de uma eficiência pouco vista para época, ainda dominada pelo estilo noir para este tipo de cena.
O ponto negativo da mostra no Centro Cultural da Caixa é o fato das cópias exibidas não passarem de cópias digitais de DVD com som sofrivel e a deformação e perdas inerentes do processo de conversão. A organização alegou que tiveram problemas para trazer as cópias em 16mm. Mas assim mesmo é um grande filme é vale ser revisto.
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