Dizer que Tarantino é um dos mais expoente diretor de sua geração é lugar comum, pois o cara é cultuado em todo globo terrestre, pelo menos onde há cinéfilos. Aos 22 anos escreveu seu primeiro roteiro, quando trabalhava em uma famosa vídeo locadora de Los Angeles, onde formou toda sua enciclopédia cinematográfica e fez importantes amizades, entre elas, pode se destacar Roger Avary, com quem trabalhou em Killing Zoe, no qual Tarantino foi produtor executivo. E mais tarde em Pulp Fiction, mas nesse período além de dar continuidade aos estudos de interpretação, ele se especializou em escrever roteiros e o primeiro a ser comercializado, digo aceito por um diretor foi:
True Romance (Amor a Queima Roupa)
Esse filme foi dirigido por Tony Scott, irmão de Ridley Scott, em 1993 e contou com um elenco impensável nos dias de hoje. A trama do filme é simples, mas eficiente, um solitário nerd, Christian Slater, dos quadrinhos e filmes de kung fu, se apaixona por uma ingênua e pura garota de programas, Patricia Arquette, só verá isso nos filmes de Tarantino. Um gângster sádico, vale destacar que esse é Gary Oldman em um dos seus melhores papeis no gênero. Um mafioso Italiano cruel, vivido pelo sempre ótimo Christophen Walken e um penca de atores hoje famosos, como é o caso de Brad Pitt, no papel de um Junkie completam o elenco, dando ao filme um ritmo lento que nos leva a pensar que o pior estar sempre por vir. Nesse primeiro filme já temos os diálogos que viriam a marcar os filmes de Tarantino, como é o caso do diálogo entre Christophen Walken e Dennis Hope, memorável, e se ainda assim você acha que o filme não é nada disso, preste bastante atenção na cena entre Patricia Arquete e seu algoz...Só vendo pra tirar suas conclusões.
Seu segundo Roteiro a ser comercializado foi Natural Born Killers
Filme dirigido por Oliver Stone em 1994 e conta a história do casal degenerado, vividos por Wood Harrelson e Juliette Lewis, que assombra os EUA numa onda de assassinatos, mas que acaba tendo ao seu lado a opinião pública, que começam a tratá-los como heróis. Quem entende a eloquência da sociedade americana? A partir desse dois trabalhos Tarantino sai do anonimato, conhece Lawrence Bender, e desse encontro nasce uma parceria que perdura até hoje, creio eu, e também o primeiro trabalho que irá dar a tônica de seus futuros filmes e imprimir sua marca no mundo cinematográfico.
O filme estreou em 1992 dirigido por Tarantino, vale lembrar que o incentivo de Bender para que Tarantino fosse o diretor foi importante. Bender entrou como produtor e também faz uma ponta como policial na cena da fuga de Steve Buscemi, vale lembrar outra contribuição fundamental para a realização do filme foi a participação de Harvey Keitel, que entrou como co-produtor e um papel no filme. O estilo do filme é arrojado, com diálogos despretensiosos, mas instigantes, basta ver a cena inicial no restaurante onde há uma conversa sobre a música da Madonna, "Like a virgin" a participação do próprio Tarantino é impagável. O desenrolar é lento, como uma vingança, todos os personagens são apresentados onde fica claro suas motivações e conflitos e depois o que se vê é uma locomotiva descarrilada a 200 km/h, mas não pense que é lacuna de roteiro, ou qualquer falha da ordem cinematográfica, é proposital e sob estrito controle, e o desfecho é urgente como um comercial de TV, recheado de violência e sangue, vide cena em que Madsen no mais puro requinte de maldade tortura um policial, quer saber não me interessa se você vai me contar o que quero saber ou não, eu vou te torturar de qualquer maneira. E tudo ao som de Stealers Wheel do programa KBILLI Supersound home rock. Reservoir Dogs é uma pequena obra prima.
Após esse debut, Tarantino recebeu convites de Hollywood para dirigir Velocidade máxima e Homens de preto, mais graças ao deus do cinema, ele não aceitou e preferiu se isolar em Amsterdan para criar outro pedaço do seu imaginário, Pulp Fiction.
Pulp Fiction estreou em 1994, e se todos já olhava o jovem diretor independente com bons olhos, Pulp Fiction o consagrou de vez como um dos grandes. O elenco é grandioso, alguns conhecidos, como Tim Roth e Harvei Keitel que atuaram em Reservoir Dogs, e a redescoberta de John Travolta que estava no ostracismo. Pulp fiction tem uma estrutura complexa, não linear na cronologia dos acontecimentos, intercalando histórias que se cruzam no momento exato, e como se deu em Reservoir Dogs, a atmosfera é lenta, pautada com diálogos triviais, referências pop no melhor estilo anos 70. Pulp Fiction é uma grande obra prima.
Logo após o estrondoso sucesso de Pulp Fiction, que rendeu a Tarantino e Roger Avary o Oscar de melhor roteiro original e indicação de melhor filme, em 1996 Tarantino volta as telas com o não muito legal, "Four Rooms", eu diria insosso, primeiro por ser um remake do mestre Hitchcock e suspense não é o ambiente de Tarantino, esse projeto também contou com as participação dos diretores Robert Rodrigues, Alexndre Rockwell, Allison Anders.
Logo após o estrondoso sucesso de Pulp Fiction, que rendeu a Tarantino e Roger Avary o Oscar de melhor roteiro original e indicação de melhor filme, em 1996 Tarantino volta as telas com o não muito legal, "Four Rooms", eu diria insosso, primeiro por ser um remake do mestre Hitchcock e suspense não é o ambiente de Tarantino, esse projeto também contou com as participação dos diretores Robert Rodrigues, Alexndre Rockwell, Allison Anders.
Dusk Till Dawn é um filme de terror, porém com a marca Tarantino, isto é, referências pop, violências, e a direção é dividida com Robert Rodriguez e no elenco temos a rebelde Juliette Lewis, Harvey Keitel, George Cloney e participações curiosas como a de Tom Savinni, mestre das maquiagens dos filmes de terror."Simon says, die motherfuck". Ele veio ser produtor executivo das continuações seguintes, "From Dusk Till Dawn 2 e 3", ambos de 1999 mas que sinceramente não assisti, na verdade nunca tive curiosidade, logo não darei nenhuma opinião a respeito.
1996 foi uma ano muito produtivo para Tarantino, ainda neste ano ele emplacou outro filme com sua marcar, "Curdled" que no Brasil se chamou Eles matam e nos limpamos
Uma curiosidade desse filme é que a protagonista, Angela Jones, também participa de Pulp Fiction, e como em Curdled ela tem um obsessão por mortes, em Pulp Fiction nos faz crer que se trata do mesmo personagem, pois ao pegar em seu taxi Butch, personagem de Bruce Wills, ela o interroga como é matar um homem, curiosidade esta já trabalhada em Curdled no personagem de Angela Jones.
Em 1997 Tarantino volta com uma nova história, Jackie Brown para muitos, sua verdadeira obra prima, seu trabalho mais maduro e lapidado, e se o roteiro é uma adaptação de Rum Punch em homenagem a Elmore Leonard, o clima se mantém fiel ao seu estilo, diálogos despretensioso, personagens desvirtuado de qualquer qualidade moral, e as referências pop fica por conta do gênero blaxploitation. E como forma de homenageá-lo ele escala para o elenco Pam Grier que atuou em vários filmes do gênero na década de 70, também está no elenco, Robert Deniro e o resgate do ator veterano Robert Forster, a gatinha Bridget Fonda e o já conhecido Samuel L Jackson .
Em 2002 dando vazão a suas referências pop, só que agora dos filmes de Kung Fu dos anos 70, Tarantino juntamente com o diretor chinês Zhang Yimou lançam o belíssimo Herói, Tarantino assinou a produção executiva.
Heroi serviu de prévia, aprendizado para o trabalho seguinte, já estamos no ano de 2003, quando Tarantino lança Kill Bill Vol, 1, um filme sobre artes maricas e... vingança. Em Kill Bill temos um mix da sua enciclopédia cinematográfica. Se você observar o filme com atenção, os dois volumes, é possivel ver todos gêneros abordados nos filmes anteriores, é claro que sútil, o Blaxploitation na personagem da assassina mamba negra, o Grindhouse, no personagem do irmão de Bill, vivido por Michael Madsen, e os carrões bem ao estilo anos 70, a própria cor amarela é uma cor bem característica dessa época, pelo menos nos carros hot roads era. Vale lembrar que a quando a idéia de Kill Bill surgiu, que alias partiu de Uma Thurman ainda nas filmagens de Pulp Fiction, Tarantino já estava rascunhando o Inglourious Bastards, então ele fez um pausa para trabalhar em Kill Bill, e o resultado é que já sabemos uma prova cinematográfica do ditado que diz, "A vingança é um prato que se come frio e devagar" .
Após lançar em 2003 e 2004 Kill Bill 1 e 2 respectivamente, Tarantino ainda participou de algumas produções, de filmes ou séries de televisão, como ator em participações pequenas, produtor e/ou produtor executivo, dentre os trabalhos podemos citar algumas; em 2005 fez dois episódios para CSI Las Vegas, foi produtor executivo em Hostel de Eli Roth que mais tarde irá atuar em seus filmes. Em 2006 foi produtor executivo do documentário Freedom's Fury de Colin K Gray, sobre os jogos Olímpicos de 1956. Em 2007 lança Death Proof, que era para ser exibido junto com Planet Terror, de seu cupincha Robert Rodriguez, mas isso só aconteceu na terra do Tio Sam, no resto do mundo foi exibido desmembrado.
Nesse trabalho Tarantino exterioriza sua paixão pelo gênero Grindhouse, com personagens transbordando sensualidade, bólidos endiabrados, e ao ver o filme e achar que tem algum problema com a fita, digo DVD, não pira, os "defeitos" são proposital e sob controle. vale lembrar que nesse trabalho além de tudo, o cara ainda assinou a direção de fotografia.
Em 2008 Tarantino assina a produção executiva de Hell Ride filme dirigido por Larry Bishop, um Easy Ride, só que ruim, sem estilo, o como já dizia o bom e velho Hanky Chinaski, é melhor fazer algo idiota com estilo, do que algo formidável sem estilo.E nesse caso não se pode dizer que a culpa é da produção, pois o produtor executivo estava envolto com outros projetos, Inglourious Basterds, que será lançado no ano seguinte, 2009.
Nesse filme, prevalece as mesmas motivações dos filmes anteriores, a vingança, só que mais do que nunca está presente o espírito inovador e destemido. Tarantino simplesmente reescreve a historia da 2 guerra mundial, mas para isso é preciso assistir ao filme para saber do que estou falando, cometi esse erro certo dia na vídeo locadora, quando um cliente me perguntou se o filme era bom, empolgado falei uns bons 3 minutos sem tomar fôlego, revelando tal fato, digo, ignorando toda a história da 2 guerra a qual Tarantino subverteu. O elenco além de contar, com Eli Roth têm vários atores alemães de peso, Daniel Brhul (dupla nacionalidade, Espanha e Alemanha) e Augusr Diehl que ajudou a tornar o filme ainda mais interessante. IB não tem nada de novo, apenas o estilo de Tarantino, que faz algo trivial ficar formidável. O que quero dizer é que o filme é muito bom, para ver e rever. Outro fato importante é que esse filme, assim como Jackie Brown não é um idéia inteiramente nova, e sim adaptada de um filme italiano o qual Tarantino adquiriu os diretos, Quel Maledetto Treno Blindato de 1978 do diretor Enzo G. Castellari.
Curta bastante interessante sobre o universo Quentin Tarantino
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