Por Pachá
The element of crime é um exemplo extraordinário das várias maneiras que o estilo noir pode ser abordado. Nesse neo-noir Von Trier nos coloca na mente de um policial que precisa transformar-se (entrar na mente) em assassino para capturar serial killer responsável por hediondos crimes, conhecido como assassino da loteria.
Os recursos utilizados por Von Trier para nos lançar na estranha jornada do detetive Fisher (Michael Elphick) é tão o mais perturbador quanto os crimes do assassino Harry Grey, este apenas tem nome, não aparece em nenhum momento, o que cria intensa dubiedade da estrutura narrativa que nada mais é do que um grande flashback. Para remontar os últimos dois meses de investigação, Fisher recorre a sessões de hipnose. E a partir desse ponto entramos no caótico mundo do subconsciente de Fisher, e ai entra estética inovadora que cria intrigante dualidade entre realidade e ficção em permanente estado onírico, entre mundo do detetive e assassino, tendo Fisher que seguir rastro do assassino, percorrer esgotos e hotéis decadentes e conhecer estranhos personagens como Kim (Me Me Lai) uma enigmática mulher.
O visual em tons quentes, extras quentes da fotografia e dos cenários em caótica sintonia de senso comum, mais parece um pesadelo, na verdade para Fisher é um pesadelo para o qual ele é arrastado em consumação desejada. The element of crime é primeiro de uma trilogia sobre Europa seguido por Epidemic 1987 e Europa 1991. Em todos os filmes, embora as historias não se conectem, a não ser na critica ao Europocentrismo, a estética é mesma, ou seja, fotografia estilizada, super exposta ou carregados de tons azul, vermelhos com efeitos nada convencional, mas que ajuda na critica ao velho continente, desgastado e devastado pelas guerras.
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