O reinicio da franquia do homem aranha é um espetacular exemplo de falta de criatividade dos produtores de Hollywood, quando pensam ser mais fácil desconstruir uma historia já solidificada, HQ e cinema com a trilogia de Sam Raimi, para criar mais do mesmo. Marc Webb que tem no currículo o ótimo 500 dias com ela faz um filme honesto, com passagens interessantes, as cenas de ação são bem resolvidas, o vilão (homem lagarto) proporcionou um viés dramático próximo ao HQ. Mas tirando os poucos acertos, o que resta não justifica o reiniciou da franquia. No quesito interpretação, é execrável, Peter Parker (Andrew Garfield) anda de skate, tem pai cientista gênio que desapareceu juntamente com a mãe, e sofre de profunda crise existencial por falta destes. Parece enredo de novela de Silvio de Abreu. A nova versão Parker não casa com a imagem construída ao longo das muitas páginas do herói aracnídeo, quando a empatia com o personagem era muito mais pela sua humanidade do que por pena, do herói injustiçado, do vencedor adormecido como mostrado nessa nova versão, a cena do jantar na casa do capitão Stacy deixa bem explicito o que digo, do pobre mais talentoso garoto. Mas essa é uma inferência pessoal, tenho certeza que o publico que nunca abriu uma HQ na vida, de qualquer herói, esse fato não fere coisa alguma. Outro ponto infeliz do roteiro é criar paralelos com alguns pontos da historia original, como por exemplo, a morte de tio Bem, a escolha do uniforme, a forma como Peter é picado pela aranha. Tudo para nos dizer de que se trata de uma nova história, ou mesmo uma adaptação livre do HQ original.
Mas há os pontos acertados, Ema Stone está perfeita como Gwen Stacy muito melhor do que Kirsten Dust como Mary Jane. Martin Sheen como tio Ben cumpre honrosamente a tarefa de suporte emocional e conselheiro de Parker e a interação entre personagens citados, estão as melhores relação roteiro interpretação. As demais participações estão em minha percepção fora do contexto do quadrinho. Sally Field como tia May é um bom exemplo, me pareceu que nessa nova versão, tio Ben acumulou as características dessa personagem, restando a ela tia May apenas seguir no automático. Sem mencionar a supressão de alguns personagens, J. Jamerson, Osborn filho e algumas características do herói, ao invés de sentido de aranha há excepcional reflexo do herói, posto a prova sempre em situação banal.
Dado as negativas acima é de se pensar que não gostei do filme, pelo contrário enquanto filme de ação cumpre bem seu papel, mas não posso deixar de apontar o distanciamento do filme com HQ, uma vez que o aracnídeo esteve presente em boa parte de minha adolescência. E que na minha percepção o torna apenas mais um filme de ação como tantos outros.
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