sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sniper Americano


Por Pachá
Chris Kyle está nas lista dos mais eficazes snipers dos estados Unidos. 160 mortes confirmadas, mas de acordo com marinha americana e alguns sites pode chegar a 255. É verdade que a tecnologia prevalece os snipers geração Y, GPS, drones e toda facilidade de orientação e movimentação fazem desses homens elementos de extrema relevância em combates armados. 

Os snipers são conhecidos não só pela precisão de tiro, mas também por dominar técnicas de emboscada dignas de Rambo I, alias este foi inspirado no lendário franco atirador finlandês, Simon Hayha, que abateu 500 soviéticos nas florestas geladas das fronteiras entre União Soviética e Finlândia na guerra de inverno de 1939.

O filme de Clint Eastwood não se apega a detalhes técnicos do atirador de elite. Em nenhum momento do filme é dito arma, munição que Chris usa ou como desenvolveu habilidade para tiros preciso, esta, é vaga em cena do pai ensinando o filho a caçar alces. Se vasculhar historias dos atiradores famosos, verão que todos parecem ter começado por ai. O filme pega a linha dramática do homem por trás do rifle, relação com família, pouco explorada. Relação com irmão mais novo, igualmente vaga. O recorte é mesmo da vida de casado de Chris (Bradley Cooper) que teve dois filhos com Taya Kyle (Sienna Miller) e seus turnos na guerra do Iraque e os conflitos provenientes da imersão que o sujeito tinha na guerra e claro, patriotismo.

Baseado no livro autobiográfico de Chirs Kyle o filme em minha percepção é mais sobre patriotismo do que propriamente os dilemas do homem por trás das mortes. Em cena que conversa com psicólogo, Chris diz não estar arrependido ou mesmo sentir qualquer cobrança moral, ética por parte de sua consciência. E que lamenta mesmo, é não ter salvo mais conterrâneos, já que ele carrega convicção de que as mortes por ele efetuadas salvaram vidas americanas. A interpretação de Bradley Cooper humaniza o sujeito que aperta o gatilho sem se importar se mulher ou criança esta na mira, desde que estes tragam perigo para equipe americana. As cenas de ação, que não são muitas, pouco mostra o lado do SEAL líder como afirma seus superiores na auto biografia. As cenas em que ele diz que precisa invadir casas juntos com mariners me pareceu um tanto forçada, mas a ficção não tem compromisso com realidade e feriu um tantinho assim a veracidade interna da obra, mas por outro lado exalta patriotismo. 

A fotografia de Tom Stern não apresenta ousadias e tem mesma textura dos ultimo filmes de guerra que concorreram ao oscar, e lembra bastante Guerra ao Terror e Hora mais Escura sem muitos contrastes nos quadros mais abertos e closes com luz realçando dramaticidade de rostos e olhares. Os diálogos são rasos com direito a costumeiro estilo de guerrear de Hollywood, piadas diante da iminência de morte e obsessão pelo eficiência e eficácia.

No todo o filme é correto e agrada pelo roteiro seguro sem esbarrar em pieguices morais e sentimentais que permitiu a Cooper desenvolver um papel seguro e convincente, mesmo lembrando em algumas passagens, o personagem de J. Renner em Guerra ao Terror.





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