sexta-feira, 10 de março de 2017

Certain Women 2016


Por Pachá
Retratar a simplicidade do cotidiano é tarefa das mais complexas... o filme de Kelly Richardt esta imerso das pequenas coisas que nos cerca. Nas três história paralelas que compõe o longa, reside a questão feminina diante das convenções patriarcais. Os conflitos que movem as personagens são sutis, mas poderoso quando elencados em uma única analise, o espaço da mulher diante visão do homem.

Laura Dern é uma advogada as voltas com caso onde sua competência é posta a prova quando seu cliente decide pegar uma segunda opinião, outro advogado, homem é claro. Suas cenas com Jared Harris é onde fica mais explicito a negligência masculina diante da mulher, enquanto profissional, esposa, amiga.

James LeGros que depois de Point Break 1991 tem se dedicado ao cinema independente, faz par com Michelle Williams. Os dois tentam construir uma casa com pedras de grande apego simbólico, as tais pedras são de construções da guerra civil americana. E nos curtos diálogos entre os dois, há um imenso ranço, uma mulher cansada mas  ao mesmo tempo resiliente em ocupar um espaço no mundo dos homens. A sutileza dessa luta que parece não ter trégua, fica ainda mais patente quando ela e o marido vão negociar a aquisição das pedras com proprietário.

Kristen Stewart da voz a mulher resignada do mundo corporativo, que a despeito do que pensam e falam seus pares masculino, ela prefere isso ao destino desesperançoso do resto de sua família, a mãe garçonete em uma cantina escolar e a irmã vendedora de sapatos, então trabalhar em um escritório de advocacia já é uma vitoria e ao mesmo tempo auto sabotagem ao acreditar que é o máximo onde pode chegar. Suas cenas com a rancheira (Lilly Gladstone), esta notoriamente apaixonada pela amiga, é exemplo da negligência da mulher diante de seus sentimentos perante convenções sociais. O olhar da rancheira é quase um suplicio pela admiração da amiga.

A fotografia de Christopher Blauvelt é poderosa, intensa e captura com propriedade a questão feminina, basta atentar para os ângulos sempre na altura dos olhos ou de baixo para cima, numa nítida composição conferido, ainda que sutil, condição de inferioridade das personagens ou sua luta para se visível nesse mundo patriarcal

Um filme intrigante enquanto história e estrutura narrativa do empoderamento feminino.




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