quinta-feira, 1 de junho de 2017

Morgan

Por Pachá
O filho de Ridley Scott parece ter grande interesse no tema AI, já que esse é seu segundo trabalho abordando inteligência artificial. Em 2012 ele ganhou notoriedade com o curta LOOM cujo tema central gira em torno da vida sintética.

Em alguns passagens, ou mesmo na concepção da trama é possível ver semelhanças com Blade Runner, mas ao contrário desse Morgan apresenta um roteiro frágil e previsível, desde a primeira cena, mas ainda sim garante razoável diversão para quem curte o genero. 

Um projeto em fase de aperfeiçoamento, um novo modelo de AI de 4 geração concebido a partir da bioengenharia; DNA sintético, neurotecnologia e hibridinização modificado a partir da nanotecnologia o que faz com que a criação tenha crescimento acelerado, o filme trabalha muito pouco na explicação da concepção do AI. O projeto se chama Morgan L-9 (Anya Taylor-Joy), que tem 5 anos com aparência de uma adolescente de 16 anos.
É possível perceber a intenção da direção e roteiro em criar uma atmosfera de dubiedade quando entra em cena a executiva da Sede empresa que financia o projeto. Lee Weathers (Kate Mara) chega ao laboratório para certificar a viabilidade comercial, e portanto RI (retorno sobre o investimento) do projeto. Essa intenção de criar certa tensão em torno dos anseios dos personagens, acaba por conceber previsibilidade a trama, e portanto comprometendo processo de desfecho do filme, pois desde a primeira cena, já esta dado a que acontecerá.

Lee chega para investigar um ato de agressividade de L-9, a primeira cena, no qual Morgan ataca a Dra. Kathy (Jennifer Jason Leigh). Mas apesar desse desvio de comportamento, reina entre os cientistas uma profunda afeição a Morgan, segundo eles, uma criança especial, e mesmo a vitima diz que o problema não foi de Morgan. Esse comportamento obviamente se choca com a frieza de Lee, e esse choque de percepções cria a tensão dramática, porém entrega a trama.

No elenco ainda tem Rose Leslie, Ygritte, de GoT, como Dra. Amy mas com interpretação um tanto superficial. A participação de Paul Giamatti como cientista que vai avaliar psicologicamente Morgan é mais que acertada, e ai a cena que se segue, lembra muito, mais muito mesmo Blade Runner. No conjunto do longa, as interpretações estão a altura da trama, ainda que o embate entre as protagonistas, Lee e Morgan seja abaixo da expectativa.

No ambito geral, a direção de Scott filho é conservadora no sentido de garantir um filme com certo apelo comercial, sem ser ousado, já que é certo que dinheiro não foi problema, até porque quem produz o longa é Scott pai.


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