segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Obra 2014

Por Pachá

"Não podemos forçar o futuro sobre o passado, este eventualmente emerge"

Quanto vale a terra, o chão, e quanta terra é preciso para cobrir do chão as pegadas do passado?

O arquiteto João Carlos (Irandhir Santos) recebe do avó um terreno como herança, onde decide realizar sua grande obra, mas a herança vem com pesado fardo. 

Assim como o corpo humano, as construções sofrem degradações ou abalos remediáveis ou irreversível em suas estruturas. A analogia entre a estrutura óssea do corpo humana e o concreto evoluído, é muito bem colocada pelo o roteiro, João Carlos possui um problema de coluna que dificulta seus movimentos, muito embora as cenas para demostrar tal analogia sejam repetitivas e portanto não empurram a história pra frente e acaba quebrando um pouco a atmosfera solitária e de angustia do protagonista.

A fotografia em P&B e a composição cuidadosa, de André Brandão, ajuda a ampliar essa atmosfera de agonia silenciosa, além de proporcionar belas imagens com grande aderência a trama, na qual homem e cidade disputam o chão e terra.

No elenco também está Julio Andrade, em um papel pequeno, mas suas participações dão a potencia desse ator, em minha percepção, juntamente com Irandhir Santos, é um dos grandes nomes do cinema nacional.





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